O Movimento Democrático Brasileiro (MBD), o partido de Fleury Filho, anunciou a sua morte sem ter avançado com mais pormenores.
Fleury Filho governou São Paulo, o estado mais rico e populoso do Brasil, entre 1991 e 1994, num mandato que foi marcado pelo escândalo do massacre do Carandiru, o mais grave massacre prisional do país.
Durante um dos julgamentos realizados para determinar a responsabilidade, Fleury Filho assegurou que a ordem para matar os reclusos não veio dele, mas justificou a ação da polícia, assegurando que a sua intervenção "era absolutamente necessária e legítima" para conter um motim.
Dezenas de prisioneiros foram abatidos a tiro em 02 de outubro de 1992 enquanto estavam trancados nas suas celas, o que resultou em 111 mortes.
De acordo com a análise forense, os mortos foram baleados um total de 515 vezes, incluindo 126 na cabeça, o que os grupos de direitos humanos acreditam ser a prova de que foram sumariamente executados.
No total, 74 polícias foram condenados pelo massacre, mas 30 anos após os acontecimentos, nenhum deles foi preso graças a manobras judiciais.
O Congresso dos Deputados está atualmente a considerar um projeto de lei que propõe uma ampla amnistia para todos os agentes da polícia condenados pelo massacre.
O Presidente Jair Bolsonaro, que deixará o cargo a 01 de janeiro de 2023, defendeu em muitas ocasiões os polícias condenados pelo Carandiru, bem como as ações de Fleury Filho.
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