O cartaz do concerto foi anunciado hoje, tratando-se de mais um evento que a Associação José Afonso (AJA) tem organizado desde a sua fundação, em 1987, nos quais são interpretadas obras de músicos que, de um modo ou de outro, se relacionaram com José Afonso.

A ideia é que os músicos se exprimam não apenas através de José Afonso, mas da sua própria inspiração, disse Helena Carmo, da direção da AJA, à agência Lusa.

Realçar as influências da música tradicional portuguesa na obra de José Afonso é um dos objetivos do concerto deste ano, acrescentou a dirigente da associação, sublinhando que todos os anos "as atividades e o concerto seguem uma ideia estratégica".

A edição em livro de uma coletânea de entrevistas de José Afonso (1929-1987) é uma das iniciativas relacionadas com a obra do cantautor que a associação está a desenvolver.

A AJA conta atualmente com 20 núcleos. Os três últimos foram criados na Galiza, nas Caldas da Rainha e em Viana do Castelo.

O projeto "Canto Moço", que visa divulgar o tema de direitos humanos nas escolas, é outro dos projetos da AJA, iniciado em escolas de Setúbal, onde se localiza a sede nacional da associação, no ano letivo anterior e que este ano se alargou a escolas de outros concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, disse Helena Carmo à Lusa.

O objetivo é trabalhar o tema dos direitos humanos a partir das canções de José Afonso, para alunos do 2.º ciclo do Básico, 7.º, 8.º e 9.º anos, e com associações que trabalham com adolescentes.

A iniciativa integra-se num projeto gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian, com financiamento do Lichtenstein, Luxemburgo e da Noruega até 2023.

Este é o segundo ano do "Canto Moço", que abrange também um projeto de formação de professores e que este ano deverá ser ministrado na zona Norte, disse ainda Helena Carmo à Lusa.

"É uma das atividades que nos dá mais prazer e que tem tido muito sucesso", acrescentou a dirigente da AJA.

Helena Carmo agradeceu ainda aos muitos amigos e pessoas que conviveram com José Afonso "que muito têm contribuído" para o centro de documentação da associação, que tem um "excelente espólio" e "deve continuar a ser valorizado".

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