O primeiro encontro de hoje foi com representantes do partido ultraortodoxo Judaísmo Unido da Tora, que como se aguardava forneceu o apoio a Netanyahu após ter garantido sete lugares nas eleições de 01 de novembro.

De seguida, Herzog recebeu representantes do ultranacionalista Sionismo Religioso, outro partido aliado de Netanyahu.

Nas eleições, estes dois partidos uniram-se numa coligação com o Poder Judaico, liderado pelo extremista Itamar Ben-Gvir, um polémico político conhecido pela sua retórica racista e antiárabe.

Esta coligação tornou-se na terceira força política com 14 lugares, e Netanyahu depende do seu apoio para o regresso ao poder.

Ben-Gvir compareceu hoje pessoalmente no encontro com Herzog, ao contrário de enviar representantes, como fizeram a maioria dos candidatos ao cargo, e confirmou o seu apoio a Netanyahu.

Este líder de extrema-direita, pressionado para dirigir um fortalecido Ministério da Segurança Pública no novo Governo, prestou hoje homenagem ao defunto rabi Meir Kahane, que dirigiu o movimento racista Kach.

A violenta ideologia antiárabe de Kahane, que incluía apelos à proibição de casamentos entre judeus e árabes e a expulsão em massa de palestinianos, implicou inclusive que Israel o banisse do parlamento e que os Estados Unidos incluíssem o seu partido na lista de organizações terroristas. Kahane foi assassinado há 32 anos em Nova Iorque por um árabe.

Apesar de Itamar Ben-Gvir se definir atualmente como mais moderado, Herzog disse na quarta-feira que "o mundo inteiro" está preocupado pela sua iminente chegada ao Governo, durante o encontro com o partido ultraortodoxo Shas, e quando pensava que os microfones estavam desligados.

As consultas de hoje foram concluídas com representantes do partido árabe Ra'am, que decidiu excluir-se do novo executivo, e do partido homofóbico Noam, que também manifestou apoio a Netanyahu.

Herzog iniciou na quarta-feira a maratona de consultas com os 12 partidos representados no Knesset (parlamento). O primeiro a comparecer foi o direitista Likud, de Netanyahu, vencedor do escrutínio e com 32 deputados.

Com os seus aliados ultraortodoxos e do Sionismo Religioso, assegura uma maioria de 64 lugares num parlamento com 120 assentos.

O partido Yesh Atid, do primeiro-ministro em funções Yair Lapid, recomendou o seu próprio líder e antecipou que planeia encabeçar a oposição ao executivo de Netanyahu.

Durante as consultas, cada fação pode sugerir um candidato para formar o Executivo. Netanyahu deverá ser designado no domingo e terá 28 dias para formar um Governo.

Na sexta-feira, Herzog conclui as consultas com representantes do partido Trabalhista, que apenas garantiu quatro deputados.

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