Segundo a ONU, a guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa de 24 de fevereiro, deixou até agora 17,7 milhões de pessoas necessitadas de assistência humanitária, um aumento de cerca de dois milhões de pessoas face a abril.

Tal aumento originou uma atualização do apelo urgente de ajuda financeira, que era inicialmente de 2.250 milhões de dólares (mais de 2.206 milhões de euros, ao câmbio atual).

O novo valor destina-se a "garantir que os trabalhadores humanitários no país tenham o financiamento e os recursos necessários para continuar a prestar assistência crítica e serviços de proteção às pessoas em toda a Ucrânia até dezembro de 2022", disse a ONU num comunicado.

Citada no comunicado, a Coordenadora Humanitária para a Ucrânia, Denise Brown, apelou à comunidade internacional para que continue a apoiar as operações na Ucrânia, "uma vez que a guerra continua a conduzir a uma crise humanitária sem precedentes" no país.

"Nos últimos cinco meses, vimos como as organizações humanitárias locais, nacionais e internacionais uniram esforços em toda a Ucrânia para aumentar a escala e o âmbito das operações e prestar assistência a mais de 11 milhões de pessoas. A realidade é que mais pessoas necessitam de apoio", disse.

Denise Brown manifestou o receio de que a situação "possa ainda piorar durante o inverno, uma vez que mais pessoas irão provavelmente deslocar-se de áreas onde não têm acesso a gás, combustível ou eletricidade para aquecer as suas casas".

A ONU disse que está também previsto um aumento da assistência em dinheiro, que visa agora 6,3 milhões de pessoas vulneráveis até ao final do ano.

Durante os primeiros cinco meses da guerra, pelo menos 2,3 milhões de ucranianos receberam assistência em dinheiro, segundo a organização.

Denise Brown disse também que o acesso dos grupos de ajuda às pessoas necessitadas "tem sido extremamente difícil em áreas fora do controlo do Governo da Ucrânia".

"Apelo às partes em conflito para que cumpram as suas obrigações à luz do direito humanitário internacional e facilitem a resposta humanitária, a fim de garantir que podemos apoiar todas as pessoas que necessitam desesperadamente de assistência, independentemente do local onde vivam", acrescentou.

Desconhece-se o número de baixas civis e militares na guerra da Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que serão consideravelmente elevadas.

A ONU confirmou a morte de mais de 5.400 civis desde o início dos combates.

A guerra provocou também a fuga de milhões de pessoas do território ucraniano, havendo atualmente mais de 6,3 milhões de refugiados registados em vários países na Europa, segundo as agências das Nações Unidas.

A ONU contabilizou também mais de 7,1 milhões de deslocados internos, ou seja, pessoas que tiveram de abandonar o local habitual de residência, mas que permanecem no país.

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