
O Diário de Notícias escreve hoje que a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) registou um "aumento significativo de contactos" até ao final de março e que já há pessoa a reduzir os gastos na alimentação para poder pagar a casa.
Em causa estão famílias que não conseguem cumprir com o pagamento da prestação mensal da renda de casa, indica a associação que classifica o cenário como um "desespero" para os agregados que viram os subsídios provenientes do apoio extraordinário à renda cortados ou reduzidos ou que aguardam uma resposta do programa Porta 65.
De acordo com o jornal, face a 2023, 87 mil contribuintes perderam o apoio à renda.
No início de fevereiro, 46 mil pessoas viram suprimidos este subsídio sem qualquer aviso prévio, devido a falhas ou incongruências nas declarações devidas à Autoridade Tributária (AT), adianta.
A Deco aponta que este apoio, que pode chegar aos 200 euros por mês e que é atribuído de forma automática através do cruzamento dos dados disponibilizados por entidades como a Autoridade Tributária ou a Segurança Social, é vital para assegurar o cumprimento das obrigações para milhares de arrendatários.
"Há quem esteja verdadeiramente desesperado e não saiba como é que vai agora conseguir pagar as rendas", conta a coordenadora do Gabinete de proteção Financeira da Deco, Natália Nunes.
"É na alimentação que as famílias depois vão reduzir para conseguirem pagar as rendas. Muitas entram em situações de atraso ou incumprimento", nota, adiantando que o endividamento é outra das vias que continua a ganhar escala: "Estas pessoas acabam por recorrer ao cartão de crédito ou a créditos pessoais de forma a conseguirem ter dinheiro para pagar a renda".
PFT // SB
Lusa/Fim
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