O presidente da câmara de Kiev, Vitaly Klitschko, indicou que pelo menos três mísseis russos atingiram edifícios residenciais.

"No bairro de Petchersk, num dos prédios atingidos, as equipas de salvamento encontraram o cadáver de uma pessoa", lamentou, na plataforma digital Telegram.

"As operações de busca e resgate prosseguem", acrescentou Klitschko.

Entretanto, após os bombardeamentos russos, a situação da rede elétrica no país "é crítica", lamentou a Presidência ucraniana, na sequência dos ataques a infraestruturas de produção de energia elétrica em diversas regiões.

"Os terroristas russos levaram a cabo um novo ataque planeado contra as infraestruturas energéticas. A situação é crítica", escreveu no Telegram o chefe-adjunto do gabinete da Presidência ucraniana, Kyrylo Tymochenko.

Segundo o responsável, a situação em Kiev, atingida por vários mísseis, está "extremamente difícil".

"Foram impostos horários específicos para cortes de [energia elétrica] de emergência", acrescentou.

De acordo com um porta-voz da Força Aérea ucraniana, a Rússia lançou hoje "cerca de" 100 mísseis sobre a Ucrânia, destruindo várias infraestruturas energéticas essenciais em diversas regiões.

"Cerca de 100 mísseis foram disparados (...) a partir do mar Cáspio, a região [russa] de Rostov", e também "a partir do mar Negro", indicou Iuri Ignat em direto na televisão ucraniana, precisando que "até agora, não se registou a utilização de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) de ataque".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 265.º dia, 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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