Nuno Nabian falava aos jornalistas durante uma visita ao centro de treino militar em Cumeré, a 40 quilómetros a norte de Bissau, onde foi questionado sobre os incidentes com dois ativistas políticos.

Queba Sani, conhecido por RKelly, e Carlos Sambu, dois jovens ativistas políticos alegaram, na sexta-feira, numa conferência de imprensa, terem sido raptados por elementos ligados à segurança pessoal do Presidente guineense, e terem sido levados ao Palácio da Presidência, onde alegadamente foram alvos de espancamentos.

Os dois ativistas acusaram diretamente Tcherno Bari, vulgarmente conhecido no país por Tcherninho, um elemento do corpo de segurança do presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, de os ter raptado e ordenado o seu espancamento.

"Como o Presidente da República já assumiu publicamente e eu concordo, ninguém está acima da lei. Nós todos somos cidadãos. É um ato que todos nós repudiamos, porque não podemos aceitar", defendeu Nuno Nabian.

O primeiro-ministro disse que tem exortado aos membros do seu Governo para a necessidade de se evitarem atos que possam pôr em causa "ainda mais a imagem" do país e que, a ser verdade o que os ativistas denunciaram, a justiça tem de se pronunciar.

Nuno Nabian defendeu que tem feito apelos no sentido de todos trabalharem para "tirar o país do buraco em que se encontra atualmente", enfatizou.

"Não se pode permitir que, num momento em que o país se está a reerguer, haja situações que coloquem em causa outra vez o nome da Guiné-Bissau", sublinhou Nabian, pedindo, contudo, que se aguarde pelo pronunciamento do procurador-geral da República, que já anunciou a abertura de um inquérito.

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