
Igor Pereira Morais, que parte na terça-feira para o país lusófono a fim de retomar o levantamento já iniciado, afirmou à agência Lusa que "existe em Timor-Leste um potencial já identificado para crómio, níquel, cobre e ouro".
O LNEG encara o apoio à avaliação dos recursos minerais metálicos da antiga colónia de Portugal como um "fator decisivo para o seu desenvolvimento sustentável".
"Com a transição energética, estamos a caminhar para uma economia de uso intensivo de metais. Por exemplo, toda a cablagem necessita de enormes quantidades de cobre", salientou o investigador, Mestre em Geociências pela Universidade de Coimbra (UC).
Igor Morais adiantou que esta colaboração do LNEG com o Instituto de Geociências de Timor-Leste (IGTL) tem envolvido também investigadores do Departamento de Ciências da Terra da mesma universidade.
"Temos uma larga experiência neste tipo de projetos. Damos o nosso contributo pelo menos na definição das áreas de maior probabilidade de existência de minerais metálicos", referiu.
No âmbito desta cooperação internacional, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia "vai igualmente apoiar a formação dos colegas timorenses", dois dos quais, com esse fim, serão acolhidos nos próximos meses no Campus de Aljustrel do LNEG, com apoio do município alentejano.
Na opinião do investigador, a "consolidação dos laços históricos" entre Portugal e Timor-Leste pode acontecer "basicamente ao nível da formação".
"Temos um papel fundamental na transferência de conhecimento entre os dois países", sublinhou Igor Morais.
Se o projeto de cooperação luso-timorense confirmar a existência de potencial na área dos minerais metálicos do país do Sudeste Asiático, caberá a empresas especializadas, em momento posterior, "avaliar os recursos tendo em vista a sua exploração", disse.
"Já fizemos uma primeira inventariação. Na fase seguinte, é muito necessário ir aos locais e aprofundar melhor", indicou ainda Igor Morais.
Num comunicado enviado à Lusa, o LNEG afirmou que "a indústria extrativa, em particular a dos recursos minerais metálicos, apresenta um fator decisivo no desenvolvimento sustentável das sociedades modernas".
Lembrando que a economia da União Europeia "é altamente deficitária para um grande conjunto destas substâncias", o LNEG realçou que "conflitos armados, tensões políticas e geopolíticas, como a que vivemos atualmente, colocam uma pressão cada vez maior na comunidade científica, em particular na área da geologia, para a descoberta de novos depósitos minerais".
Liderada por Igor Morais, da Unidade de Recursos Minerais e Geofísica do LNEG, a colaboração entre os dois países visa "dar um contributo decisivo na inventariação e estudo sistemático das verdadeiras potencialidades de Timor-Leste".
O LNEG realçou que "tem larga experiência" neste domínio, "tanto em projetos nacionais como internacionais", incluindo na África e na América do Sul.
"Esta inventariação está a ser feita por equipas do IGTL e do LNEG, através de extensas campanhas de reconhecimento de campo. Existe depois a necessidade de colocar toda essa informação em mapas de escalas adequadas, como já foi feito com a publicação preliminar dos três primeiros mapas de ocorrências minerais", explicou o investigador português, citado na nota.
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