"Num ano em que a única certeza que tínhamos era a incerteza, podemos afirmar, com convicção e esperança, que o estado geral da nação é de autosuperação, reversão de tendências negativas e conquista da estabilidade económica", declarou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava na Assembleia da República (AR) durante o discurso sobre a "situação geral da nação".

Filipe Nyusi assinalou que na luta contra o terrorismo, a ofensiva militar em curso conseguiu reduzir o número de vítimas provocadas pela ação de grupos armados que atacam a província de Cabo Delgado, norte do país.

"Em 2022, iremos prosseguir com o treinamento das forças especiais, reequipamento e modernização das Forças de Defesa e Segurança e procederemos a uma ocupação extensiva dos distritos e continuaremos a assegurar a cooperação militar internacional", afirmou.

No combate à pandemia de covid-19, prosseguiu, foi possível baixar a propagação do novo coronavírus, redução de internamentos e número de óbitos e iniciou-se o processo de vacinação em massa.

"A meta que projetamos é a vacinação de mais de 16,8 milhões de pessoas até ao próximo ano", destacou Filipe Nyusi.

No campo económico, continuou, o Governo implementou políticas macroeconómicas que vão permitir um crescimento de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano contra uma cifra negativa de 1,8% em 2020.

Este ano, a percentagem de agregados familiares com reservas alimentares passou de 56% contra 32% em 2020 e a da população com acesso à água potável aumentou de 64% para 73%.

O chefe de Estado moçambicano assinalou que a taxa de população com acesso à energia elétrica subiu de 38% em 2020 para 44% este ano.

Filipe Nyusi também destacou progressos na educação, notando que cresceu em 0,2% o número de crianças que entraram na escola pela primeira vez este ano.

Os números apresentados por Filipe Nyusi foram, por várias vezes, fortemente ovacionados pela bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e com maioria parlamentar, mas recebidos com silêncio pelos deputados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, e Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido.

A Frelimo detém uma maioria qualificada de 184 dos 250 deputados da AR, seguida pela Renamo, com 60 assentos, e, por último, o MDM, com apenas seis deputados.

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