"Quanto mais testarmos, muito provavelmente teremos uma prevalência muito maior do que aqueles que temos conhecimento", disse Ana Correia, no balanço da missão do INEM em São Tomé e Príncipe, sublinhando que o importante "é saber perceber a quem se vai testar".

A médica portuguesa notou que, por agora, são conhecidos os resultados dos casos suspeitos e dos que têm sido testados, e se aguarda para "poder ter maior capacidade de diagnóstico".

A equipa do INEM, em São Tomé há três semanas, ajudou a capacitar os quadros são-tomenses que trabalham na luta contra o novo coronavírus e reuniu-se hoje com o embaixador de Portugal para fazer o balanço da sua missão.

Ana Correia disse a equipa concluiu a sua missão e regressa em breve a Portugal, mas vai "continuar remotamente" a dar apoio a São Tomé e Príncipe na parte clínica e "também de formação".

O embaixador Luís Gaspar da Silva salientou que Portugal contribuiu com 90 mil euros para a Organização Mundial da Saúde em São Tomé e Príncipe, no quadro do programa de combate ao novo coronavírus.

Entretanto, já está instalado o laboratório para a realização dos testes de virologia (PCR), no Hospital Ayres de Menezes, estando a sua entrada em funcionamento dependente apenas da conclusão da capacitação dos técnicos nacionais, disse o responsável pelo equipamento, Rosa Neto.

O ministro da Saúde são-tomense, Edgar Neves, visitou hoje o local onde funcionará o laboratório e encorajou os técnicos que estão a receber formação nesta área.

Em África, há 4.606 mortos confirmados em mais de 162 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.339 casos e oito mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), Cabo Verde (502 casos e cinco mortes), São Tomé e Príncipe (499 casos e 12 mortos), Moçambique (316 casos e dois mortos) e Angola (86 infetados e quatro mortos).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 387 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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