"O futuro parece brilhante e confiável, mas apontar uma data é especulação. Depende de como o mercado evoluir nos próximos meses e anos e isso será um fator importante para os acionistas se juntarem e avaliarem a viabilidade do projeto", referiu durante de Cimeira de Gás de Moçambique, realizada hoje na Internet.

Jos Evens respondia a uma pergunta direta sobre se a decisão seria tomada em 2021, depois de a petrolífera a ter adiado este ano, pouco depois de declarada a pandemia de covid-19 com impacto negativo na economia global.

Evens já tinha detalhado a necessidade de avaliar a nova situação global, numa primeira intervenção no evento de hoje.

"Devido às mudanças de mercado, precisamos de continuar a trabalhar com o Governo e parceiros para otimizar os planos e explorar oportunidades ligadas ao contexto de custos global", referiu.

"Precisamos de assegura a necessária competitividade de custos do projeto. No próximo ano, os parceiros da Área 4 vão analisar a evolução e viabilidade do projeto", explicou.

Moçambique aprovou três projetos para exploração de gás natural ao largo da costa de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Há dois projetos de maior dimensão que vão canalizar o combustível do fundo do mar para terra, exportando-o em estado líquido: um é liderado pela Total (consórcio da Área 1) e está a avançar para arrancar em 2024, sendo o outro o projeto adiado da Exxon Mobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projeto mais avançado e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante que vai captar e processar o gás para exportação diretamente no mar, com arranque marcado para 2022.

A plataforma flutuante deverá produzir 3,4 mtpa (milhões de toneladas por ano) de gás natural liquefeito, a Área 1 aponta para 13,12 mtpa e o plano em terra da Área 4 prevê 15 mtpa.

Atualmente, o projeto da Área 1 é o maior investimento privado em curso em África, avaliado entre 20 e 25 mil milhões de euros, e o empreendimento com decisão de investimento pendente da Exxon Mobil e Eni tem dimensão semelhante.

Moçambique enfrenta uma crise humanitária na província de Cabo Delgado onde uma insurgência armada que dura há três anos já provocou entre 1.000 e 2.000 mortos e 300.000 deslocados.

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