Segundo o magistrado do TCU Walton Alencar Rodrigues, a abertura "imediata" de uma fiscalização extraordinária vai determinar o grau de interferência de pastores evangélicos, aliados do Presidente Jair Bolsonaro, nos orçamentos do ministério.

No final de março, as suspeitas levaram à saída de Milton Ribeiro após o jornal Folha de São Paulo ter divulgado um áudio no qual o ministro, que é também pastor presbiteriano, assegurava que o orçamento da educação tinha entre as suas prioridades a promoção de projetos das igrejas evangélicas próximas do Governo.

O próprio TCU já havia aberto um processo para controlar as transferências do Ministério da Educação para os municípios, sob a suspeita de que políticos ligados ao governo de Bolsonaro estariam a ser favorecidos.

Também na segunda-feira, o Ministério Público junto do TCU pediu para investigar um concurso, que deve ser realizado hoje, para a compra pelo Governo Federal de 3.850 autocarros escolares que serão distribuídos pelos municípios.

Três procuradores suspeitam que haja uma sobreavaliação de cerca de 700 milhões de reais (cerca de 139 milhões de euros) na aquisição pública e que os veículos serão distribuídos para fins políticos devido à proximidade das eleições gerais, marcadas para outubro.

O Brasil vai às urnas para eleger um novo Presidente e governadores, bem como para renovar as câmaras legislativas, onde os evangélicos, que são muito ativos na política, têm uma forte presença e influência.

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