
Em entrevista à agência Lusa, no âmbito das legislativas de 18 de maio, Duarte Costa disse que existem "neste momento 24 mil casas na posse dos bancos", que deveriam ser transferidas para o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) através de uma "negociação socialmente responsável".
O dirigente considerou que os bancos perdem dinheiro ao manter a propriedade dessas casas vazias que, por outro lado, fazem falta no mercado habitacional.
Duarte Costa rejeitou a opção de fixação de preços máximos às rendas, considerando que não funciona e exemplificando com o sucedido na Holanda, em que "houve o feito contrário".
Interrogado sobre a visão do partido para a imigração, Duarte Costa defendeu que a economia do país deve deixar de depender tanto do turismo e passar a estar centrada em setores de "futuro" como a "economia verde, digital, da saúde".
Esta transformação na economia portuguesa levaria a uma mudança no perfil da imigração, pois deixaria de ser necessária mão-de-obra barata para o setor do turismo e seria preciso mão-de-obra qualificada para os novos setores da economia e com melhores salários.
Quanto à questão da integração dos imigrantes, o Volt defende a criação de "um gabinete da imigração e da emigração para que os municípios (...) tenham os meios, não só financeiros, mas humanos e técnicos de ação social e de inclusão e de saúde mental, de psicólogos e tudo mais, para garantir que estas pessoas não só vêm para cá trabalhar, mas que são parte ativa, integrante das comunidades".
Numa altura em que se discute o reforço do investimento em Defesa ou a criação de um exército europeu, Duarte Costa defendeu que os estados membros devem avançar para uma federação de estados para ser possível a criação de umas forças armadas europeias.
As instituições europeias devem, considerou, começar a apoiar mais a cooperação entre as Forças Armadas, "seja na formação, seja na compra de material e seja na mobilização para ações concretas" e no "médio e longo prazo" pensar numa "reforma dos tratados".
Quanto ao "apagão" registado em Espanha e Portugal, na semana passada, Duarte Costa defendeu a ligação de Portugal à rede europeia de energia e a criação de "comunidades energéticas", bairros e municípios com produção de energia renovável, para mais autonomia.
Duarte Costa refutou a ideia de que existe uma dependência energética de Espanha, afirmando que importar de Espanha "não é uma importação porque é um estado-membro da União Europeia, sujeito à mesma legislação que Portugal", de que Portugal foi co-autor.
"Abastecer de Espanha, se for mais barato, é uma garantia de segurança também para Portugal, ao contrário de importar gás natural, gás fóssil, da Argélia e da Nigéria, de países que são instáveis e que nem sequer democracias são", considerou.
Nas legislativas de 2024, o Volt obteve 0,14 por cento, correspondentes a cerca de 11 mil votos.
*** Vasco Gonçalves e Sónia Ferreira (texto) Jorge Coutinho (vídeo) e Tiago Petinga (foto) ***
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