Porventura poupa-se em comunicação, as eleições são em Outubro e estas coisas dos outdoors, telas, posters e afins são caras, por isso é deixá-los estar.

Então temos esta paisagem visual, ou ruído visual para a maioria, que nos persegue com a Europa é aqui (CDS), ou apelos para Refundar a Europa (Aliança) ou para Mais Europa (PCP), sempre Lado a Lado (Bloco de Esquerda) com a ideia de um Portugal Melhor (PSD) e de um Juntos Fazemos um Portugal Melhor (PS), ou então o desafio Novo Contrato Social para a Europa (Livre) ou ímpetos de Uma Europa de Liberdade (Iniciativa Liberal), culminando no Basta (Chega).

Bastava, de facto. Estamos em finais do mês de Junho e as cidades mereciam melhor decoração, não diria com iluminações mas com o civismo de retirar da praça pública propaganda política com carácter de urgência. Seria civilizado, seria europeu, seria melhor para todos e tal. Mas não. Temos de viver com António Costa e Pedro Marques, temos de ver a Assunção Cristas com o Nuno Melo e temos de ver o Santana Lopes com uma senhora e um senhor cujo nome não me ocorre e que reclamam por um Oceano às Direitas.

Não há uma lei que se possa fazer cumprir para impedir o prolongar da existência de suportes de comunicação dos partidos? Ou então, uma lei que os obrigue a fazer imagens francamente espectaculares com slogans igualmente maravilhosos com os quais possamos conviver meses a fio? Comunicação nutritiva que não incomode, será pedir muito?

A maioria das pessoas talvez não repare neste disparate de poluição visual, a maioria nem foi votar, quem sabe se ignora agora o que já ignorava durante a campanha para as eleições europeias, mas cansa, senhores, cansa.

Por isso, estimados Presidentes dos Municípios ou qualquer outras Excelências, preservem as vistas dos seus cidadãos e dos recomendados turistas, dêem 24 horas para a retirada do material de propaganda política ou então multem os partidos, mas façam qualquer coisa, sim? O Marquês de Pombal, e outras zonas, mereciam melhor.

Enfim, basta, Portugal merecia melhor com contrato social e liberdade, lado a lado com princípios de civismo e dignidade e, claro, juntos, muito juntinhos.