Ora, transportando a metáfora do campo da bola para os bastidores das eleições presidenciais de um clube – Sporting Clube de Portugal – Bruno de Carvalho parte como o “tal” à volta de qual tudo girará.
Bruno de Carvalho, atual presidente, mantém o tabu sobre a recandidatura. Em conferência de imprensa, poucos minutos depois de Madeira Rodrigues se apresentar como candidato, reforçou estar em constante reflexão desde o primeiro dia, sendo essa uma regra de liderança.
Pedro Madeira Rodrigues é, para já, o único candidato à presidência do Sporting Clube de Portugal. A tomada de decisão foi feita após a derrota do eterno rival na Madeira diante o Marítimo e apresentou-se ontem no Hotel Radisson, em Lisboa, uma unidade hoteleira carregada de simbolismo (onde em 2002 o Sporting festejou o último título no futebol).
Vestindo a pele presidencial, na casa de todos os sportinguistas, Bruno de Carvalho saúda quem já se apresentou – Pedro Madeira Rodrigues – bem como assim todos os outros que entendam fazê-lo. E informa que os serviços do clube estão abertos e disponíveis a todos aqueles que se candidatem.
Candidatos – no plural – é algo que Madeira Rodrigues não quer ouvir nem de perto defendendo que tal será uma ajuda indireta a Bruno de Carvalho.
Com a palavra democracia sempre presente Bruno de Carvalho não se assume como candidato, mas lá vai falando de obra feita. Em especial na parte financeira. E espera que ninguém passe o que ele passou há 6 anos.
Pedro Madeira Rodrigues quer demarcar-se do estilo de liderança do atual presidente. Reconhece méritos, sim, mas defende que o modelo de Bruno de Carvalho está esgotado. E mais que falar na identificação de problemas quer apontar soluções, algo que quando questionado sobre quais seriam remeteu a apresentação das mesmas para mais tarde.
A data das eleições marcadas parece unir os dois leões: por causa do calendário do campeonato, março não é altura ideal para Bruno de Carvalho, presidente que não é ainda candidato, nem para Madeira Rodrigues, o candidato que já o é.
Ambos, com minutos de diferença e centenas de metros de distância, pedem elevação na campanha. A ver vamos quando esta começar.
Bruno de Carvalho já provou mover-se como peixe na água em ambiente hostil e de constante guerrilha. Apesar do tom pacificador e de união com que se dirigiu aos sócios depois de um treino solidário que reuniu 5500 adeptos em Alvalade.
Madeira Rodrigues na aparição pública que fez mostrou-se melhor a responder às perguntas dos jornalistas do que na articulação de um discurso morno e cujas bandeiras – formação e ecletismo – são as mesmas de muitos outros candidatos em eleições passadas. Novidades foram poucas.
Bruno Carvalho sem ainda o ser, é o principal favorito a ganhar as eleições leoninas. Terá, nos próximos dias, tempo para medir a temperatura dos apoios que podem estar com o primeiro candidato assumido, que disse publicamente contar com o de João Benedito, ex-guarda-redes de futsal dos leões, que chegou a ser apontado como presidenciável.
Finalmente, porque os resultados desportivos podem, de um dia para o outro, ditar o rumo dos acontecimentos, se os comandados de Jorge Jesus se aproximarem da liderança, a atual linha diretiva sairá reforçada. Se acontecer o contrário, e a distância para os da frente aumentar, Madeira Rodrigues pode ganhar “pontos”. Ele e outros que, caso tal suceda, podem aparecer. Mas aí, enfraquece quem já se apresentou, segundo o próprio.
E tal como na política, também futebol, muitas eleições não se ganham. Perdem-se. A ver em março de 2017 se esta regra se aplica.
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