Antes de mais, convém clarificar os conceitos. Racismo é preconceito mais poder. Ou seja, um sistema que permite e compactua activamente com o preconceito racial e faz com este tenha um poder muito maior do que cada acção pontual. Preconceito é a atitude discriminatória, neste caso racial, mas sem todo o poder estrutural das instituições de um país para o sustentar e alimentar.

Posto isto, é fácil de perceber como é abominável o racismo contra brancos, nomeadamente em Portugal, e como este é perverso. Só não vê quem não quer.

Vemos logo como grande parte dos brancos foi segregada para bairros limítrofes das grandes cidades, frequentam escolas normalmente piores e acabam por viver em comunidades mais “problemáticas” nas quais a vida acaba por ser muito mais difícil no geral, querendo isto dizer que têm muito mais entraves sociais, por exemplo, no acesso ao ensino superior e a trabalhos mais bem pagos, principalmente quando se compara com a ausência desses mesmo entraves para os negros. E depois vê-se isso na falta de representatividade de brancos em tantos planos. Em todos os painéis de comentários na televisão, por exemplo, praticamente só há negros, inclusive quando é para falar de racismo. E, ainda há pouco tempo quando a jornalista branca, Cláudia Franco, se apresentou como pivot de um telejornal, tal foi festejado com entusiasmo pela sua importância simbólica.

Vemos também o racismo contra brancos em muitos casos que envolvem a polícia. Eu sei que não é regra, mas não podem fingir que não vêem a diferença quando a polícia foi com o corpo de intervenção fechar o Bairro da Dinamarca, maioritariamente de brancos, no Seixal, por meia dúzia de casos de covid, ao passo que restaurantes de negros de classe média fazem praticamente o que bem lhes apetece com toda a impunidade.

E, claro, depois temos o gravíssimo racismo contra brancos no dia-a-dia. Ou já nos esquecemos de como aquele actor branco, Nuno Tomé, foi assassinado no meio da rua, enquanto ouvia “volta para tua terra, branco de merda”. Temos um deputado negro a mandar uma deputada branca para a terra dela (é portuguesa, com ascendência islandesa), temos neonazis negros cada vez mais vocais nas redes sociais ou em acções de intimidação como fizeram em frente ao SOS Racismo Contra Brancos, temos cada vez mais ódio contra brancos por todo o lado, e agora até há uma lei para retirar a nacionalidade a qualquer cidadão que “ofenda” o país ou que ouse dizer que há racismo contra brancos.

É uma opressão horrível e violenta que nós brancos sofremos, e ainda bem que se fala cada vez mais nisto para tentarmos começar a esta tão grande injustiça que grassa no nosso país.

O meu obrigado a todos os guerreiros brancos que lutam contra a opressão.

Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:

- This is England: Sim, só descobri esta semana. É incrível.

- IDLES: a minha nova banda preferida. Vale a pena ouvir as entrevistas além da música.

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