Um estudo da União Europeia diz que os portugueses são os que vivem na maior insegurança, no que toca ao futuro, porque são os que mais temem não ter condições para pagar os créditos à habitação. Não conseguem perceber se, em três meses, terão ou não capacidade financeira para cumprir com os pagamentos e, consequentemente, manter as habitações. O nível de stress que isto implica chega a ser diário e, a este, juntam-se outras preocupações, entre elas o futuro profissional e de autonomia financeira dos filhos.
Os jovens portugueses são aqueles que dependem mais dos pais, e os que estão a sair de casa cada vez mais tarde. Nada disto é — nem pode ser — uma surpresa. A maioria dos jovens que conheço vive dependente dos pais, por vezes até dos avós. A maioria dos jovens que conheço não ganha mil euros, não tem seguro de saúde e, claro, não pensa sequer em crédito à habitação. O desalento é enorme, gigante.
Os portugueses são também aqueles que na Europa apresentam taxas altíssimas, no que respeita ao consumo de antidepressivos e ansióliticos. Pior do que isso: os jovens portugueses consomem o mesmo género de medicamento cada vez mais cedo, e apresentam sinais de stress emocional com expressões várias.
No divã do psicanalista, Portugal não seria original, e não podia ser de outra maneira, pois não? Pouco mais de 1% da população vive com mais de mil euros por mês. Os restantes fazem parte da estatística dos estudos da União Europeia, os mesmos que indicam e revelam, mas nos quais não encontramos soluções. Quem as tem?
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