Estamos em plena Transição Energética e perante um pacote de Energia e Clima Europeu que definiu três objetivos estratégicos a atingir em 2030 e que se inserem num plano mais ambicioso para 2050, o de atingir a neutralidade carbónica. Para aqui chegarmos passámos por longos anos de discussões nas diferentes Convenções das Partes (COP), em que saliento a terceira em Quioto e a 21 em Paris, em que foi assinado o Acordo de Paris, um instrumento-chave para que os países se comprometessem a metas obrigatórias.

O Plano Energia e Clima impõe que a Europa tenha pelo menos 40% de corte de gases com efeito de estufa tendo por referência 1990, penetração no sistema de produção de 27% de renováveis e melhoria em 27% na eficiência energética. Ora este plano só se consegue cumprir se os vários setores para ele concorrerem.

O setor dos transportes representa cerca de 25% das emissões poluentes, sendo a maior causa de poluição nas cidades, mas entrou tardiamente no esforço de contribuição para as alterações climáticas, provavelmente por falta dos necessários incentivos políticos. Se olharmos para o panorama europeu, facilmente percebemos que os países que foram objeto de políticas dedicadas foram aqueles que mais rapidamente cresceram na penetração dos veículos elétricos (Noruega e Holanda)

No panorama mundial a China é campeã, sendo que a Europa também apresenta um crescimento importante e neste momento, através da European Batteries Alliance (EBA), pretende liderar o mercado das baterias.

Em Portugal, passámos por períodos mais ou menos ambiciosos mas, neste momento, assistimos a uma tendência de crescimento nas vendas dos veículos elétricos em linha com a tendência mundial1. Este crescimento é devido a iniciativas como a rede de carregamento alargada a todo o país e a medidas fiscais mais amigáveis. Mais recentemente, Portugal aderiu à iniciativa EBA.

O Plano Energia e Clima (PNEC) da responsabilidade do Ministério do Ambiente e Transição Energética vai apresentar-nos muito em breve sérios compromissos do nosso país que vão além das metas obrigatórias, numa ótica de transição do crescimento numa economia clássica para uma economia de baixo carbono.

Os veículos elétricos são parte da solução no PNEC, pelo poderemos esperar medidas que irão impulsionar a mobilidade elétrica a partir de medidas integradas, de política, na rede de carregamento e no sistema elétrico que garantirá a mobilidade elétrica abastecida a partir de energias renováveis.

1 Source: IEA World Energy Outlook 2018