É o princípio do fim daquela que era a sociedade ideal para o mundo. Pelo menos, para as pessoas que sabem o que é bom para a vida dos outros de modo a elas próprias não se sentirem desconfortáveis. Há casos flagrantes de egoísmo social de pessoas que se assumem homossexuais à frente de pessoas que também o são mas não podem sair do armário porque era uma vergonha para os amigos e família.

Há quem diga, por exemplo, que esta decisão da mudança de género só diz respeito a cada um e que não afecta absolutamente mais ninguém. Só mesmo a esquerda radical, de um extremismo que está a dar cabo da beleza inequívoca da sociedade patriarcal imposta a toda a gente há séculos para o bem dos que têm medo de ser o que querem mesmo ser, para achar isso. Para não perceber que agora os miúdos vão todos trocar de género todas as semanas, vão começar a ficar confusos com a brincadeira, depois começam a não saber quem são, já não são homens, não são mulheres, não sabem que é suposto os homens serem fortes e gostarem de carros, que as mulheres têm de ser frágeis e gostar de receber flores, e depois vão todos começar a fazer sexo uns com os outros, e vão todos começar a fazer abortos, outros a ser pedófilos e a sociedade a aplaudir, e lá para 2019 o mundo acaba porque vai acontecer uma orgia mundial e Deus faz a Terra implodir, sendo que antes vai fazer crescer um cacto gigante no rabo de toda a gente como castigo antes da morte.

Percebem? É isto que vai acontecer se continuar a haver tanta gente no mundo que acha que as pessoas homossexuais ou transgénero merecem ser tão felizes quanto os outros. Tiveram o azar de não nascer normais, aquela normalidade imposta há séculos por religiões e outros impérios como forma de controlo de massas para seu maior proveito? Então agora lidem com isso e não tentem ser felizes sabendo que a vossa felicidade causa angústia a tanta gente.

Aos 16 anos, nós nem sequer sabemos que profissão queremos ter, como é que havemos de saber como é que nos definimos enquanto seres sexuais? O que as pessoas que defendem esta lei não percebem é que o realmente importa na vida é a profissão que se terá. A vida ideal para a sociedade é que os miúdos escolham ser médicos, engenheiros, arquitectos e gestores, e os que forem burros e não conseguirem estudar (ou não tiverem capacidade financeira para isso) ficam para criados destes. Familiarmente, quer-se sempre um homem e uma mulher normais com pelo menos 2 filhos normais, mesmo que sejam os quatro muito infelizes têm de aguentar para o bem de todos. E isto é o que importa. A profissão e o cumprimento dos desígnios sociais que nos são impostos sem questionar, não é a personalidade nem a forma como cada um se sente na sua própria pele. Querem comprar tabaco aos 16? Não podem porque faz mal. Querem conduzir? Não podem porque faz mal. Querem votar? Não podem porque faz mal. Querem pedir a reforma? Não podem porque faz mal. Então deixem-se dessa parvoíce de mudar de género só porque não se identificam com o género com que nasceram porque isso afecta muita gente que não nem absolutamente nada a ver com a vossa vida.

Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:

- National Geographic Ark: exposição fotográfica de milhares de espécies animais, no Porto.

- Cem Mitos Sem Lógica: Muito leve e muito interessante. Lê-se muito bem.