A afetação do presidente e os afetos das mulheres
Marcelo Rebelo de Sousa vai fechar-se em casa. O presidente da República decidiu suspender a agenda nas próximas duas semanas e trabalhar a partir de Cascais, onde reside, depois de na passada terça-feira ter estado com jovens da escola de Felgueiras onde foi detetado um aluno com o novo coronavírus, responsável pela doença Covid-19.
A turma do estudante em causa não esteve em Belém — e mesmo os que foram à capital para a iniciativa "Artistas em Belém" não tiveram direito ao cumprimento pessoal do presidente.
Ainda assim, aconselhou a prudência — e as autoridades de saúde — que o chefe de Estado se resguardasse. A presidência não fala nem de isolamento, nem de quarentena (é importante sublinhá-lo, que as palavras têm sentidos e o sentido destas duas é mais alarmante que o de outras).
Marcelo Rebelo de Sousa fará esta segunda-feira o teste à infeção pelo SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, confirmou à Lusa fonte oficial da Presidência da República.
Apesar da natureza da questão — que, sem alarmismos, deve ser encarada com seriedade —, não deixa de ser irónico: Marcelo, o presidente dos afetos, que nos últimos dias vinha dizendo não mudar os hábitos com que cumprimenta os portugueses que o abordam, fica em casa, afetado pelo temor da doença. Já António Costa, que tem seguido com o rigor possível aquilo que as autoridades de saúde vão recomendando sobre os cumprimentos (nada de apertos de mão, beijos, e outros contactos excessivamente próximos) e etiqueta social, vai manter a agenda.
A informação surge no dia em que a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou nove novos casos de infeção. Os doentes com Covid-19 em Portugal são agora três dezenas, a maioria deles internados no Porto, sobretudo no São João.
Em dia da Mulher, começo por falar de dois homens. É sintomático. Para encontrarmos uma mulher na lista de precedências do protocolo do Estado, é preciso descer até à quinta posição, onde encontramos a juíza conselheira Dulce Neto, presidente do Supremo Tribunal Administrativo, como quinta figura da nação.
O que é ser mulher? Nunca saberei. Nunca poderei saber, que mulher não sou ou fui. Nasci do jeito que sou, desetiquetado, mas arrumado na caixa dos homens. Criado por mulheres, quando tive de escolher um nome para ser jornalista, fui buscar o nome de solteira da minha avó e o nome de solteira da minha mãe.
Se foram elas quem me deu a liberdade, é mais que justo que o assinale em cada pedaço de coisa que faça. Não é coincidência que a liberdade, matéria de que é feito o meu ofício, seja feminina.
O Dia Internacional da Mulher é o dia preferido dos homens para falarem de mulheres, ignorando (como eu do mesmo modo peco), que nunca hão de poder falar do problema da mesma forma que uma mulher fala dele. Porque é preciso ser mulher — das múltiplas e infinitas formas que o são — para saber o que é ser mulher.
Aos homens falta-lhes a rampa de uma Maria. O voto de uma Carolina. O poço de uma Gisberta.
Hoje, milhares de pessoas, vindas de norte a sul do país, manifestaram-se, em Lisboa, para exigir “igualdade a sério” para as mulheres, numa luta contra situações de discriminação, desigualdade e violência no trabalho, na sociedade e na família. A lista é longa. A luta continuará enquanto a lista não desaparecer.
Eu sou o Pedro: Pedro Soares Botelho — como a minha avó; como a minha mãe. E entre as dores dos homens e a força das mulheres, hoje o dia foi assim.
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