Portugal regista 30 casos confirmados de infeção pelo coronavírus que causa a doença Covid-19, mais nove do que os contabilizados no sábado, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).

A região Norte continua a liderar o número de casos confirmados de infeção com o novo coronavírus (22, mais sete que no sábado), enquanto a Grande Lisboa tem seis casos (mais um).

Aos trinta casos confirmados somam-se ainda 56 casos suspeitos que aguardam resultado laboratorial e 447 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, mais 35 que no sábado. A DGS regista quatro cadeias de transmissão ativas.

O Centro do país continua a registar um caso, enquanto o Alentejo, Açores e Madeira ainda não têm casos de infeção pelo Covid-19. Foi confirmado o primeiro caso no Sul do país, o de uma aluna de uma escola de Portimão.

Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados. Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres. Relativamente às idades, um terço dos pacientes (10) tem entre 40 e 49 anos.

Há duas mulheres entre os 70 e os 79 anos, as doentes mais idosas. Entre os 10 e os 19 anos, há cinco infetados (dois rapazes e três raparigas).

Segundo o boletim da DGS, há quatro cadeias de transmissão ativas, existindo seis casos importados - cinco de Itália e um de Espanha.

Uma aluna da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, distrito de Faro, foi hoje diagnosticada com Covid-19, o primeiro caso confirmado no sul de Portugal, anunciou em comunicado aquele estabelecimento de ensino.

“Uma aluna da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes esteve em Itália, na semana de interrupção do Carnaval. Ao retornar, contactou a Linha Saúde 24, que lhe deu instruções para monitorizar a sua situação clínica e cumprir algumas regras sociais e de higiene pessoal, mas que podia fazer a sua vida normal”, adianta a nota divulgada na página na internet do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes em Portimão.

A estudante regressou à escola em 27 de fevereiro e “foi diariamente acompanhada pela equipa do SNS24” e hoje “foi-lhe diagnosticado o vírus Covid-19”, prossegue o comunicado.

As autoridades de saúde decretaram o encerramento daquele estabelecimento de ensino e “os alunos que estiveram em contacto direto com a aluna irão ser contactados e poderão ficar em isolamento social durante 14 dias, nas suas residências”.

A nota acrescenta que a medida de isolamento também poderá ser aplicada aos professores e funcionários da escola que contactaram com a estudante.

Marcelo Rebelo de Sousa fica em casa durante  duas semanas

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, suspendeu a agenda por duas semanas e vai permanecer em casa sob monitorização, "apesar de não apresentar nenhum sintoma" de infeção pelo vírus responsável pela doença Covid-19, anunciou hoje a Presidência da República.

A decisão foi tomada depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter estado, na terça-feira, no Palácio de Belém, com uma turma de uma escola de Felgueiras (Porto), que foi encerrada devido ao internamento de um aluno.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.600 mortos entre mais de 105 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil recuperaram.

Depois de a China ter colocado 60 milhões de pessoas em quarentena para tentar travar a epidemia, a Itália anunciou uma medida idêntica no Norte do país, que pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas em cidades como Milão, Veneza ou Parma.

A Itália registou já 233 mortos em quase seis mil pessoas detetadas com o novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

Em Portugal, estão confirmados 21 casos de infeção e o Governo anunciou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.

Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.

No sábado, a ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu que o risco da epidemia em Portugal poderá ser reavaliado nas próximas horas, e levar à adoção de novas medidas excecionais.