O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, suspendeu a agenda por duas semanas e vai permanecer em casa sob monitorização, "apesar de não apresentar nenhum sintoma" de infeção pelo vírus responsável pela doença Covid-19, anunciou hoje a Presidência da República.
A decisão foi tomada depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter estado, na terça-feira, no Palácio de Belém, com uma turma de uma escola de Felgueiras (Porto), que foi encerrada devido ao internamento de um aluno.
Segundo a própria presidência da República, uma turma da escola de Idães esteve em Belém na última terça-feira. A escola, em Felgueiras, foi encerrada este sábado após o internamento de um aluno, infetado com o novo coronavírus, responsável pela doença Covid-19. O aluno em causa não esteve em Belém.
Marcelo Rebelo de Sousa ficará em casa, cancelando toda a agenda, durante duas semanas, continuando, no entanto, a trabalhar a partir de casa.
O presidente não apresenta quaisquer sintomas da nova doença, todavia, "tendo ouvido as autoridades de saúde", "decidiu cancelar toda a sua atividade pública, que compreendia várias presenças com número elevado de portugueses, assim como a própria ida a Belém, durante as próximas duas semanas".
"O mesmo fará com deslocações previstas ao estrangeiro", acrescenta a nota.
A nota da presidência sublinha que "no momento em que todos os portugueses demonstram elevada maturidade cívica perante o surto virótico, entende o Presidente da República que deve dar exemplo reforçado de prevenção, sem embargo de continuar a trabalhar na sua residência particular".
A Presidência da República diz ainda que estão já em curso contactos "com todos os que estiveram presentes na sessão de terça-feira", tendo sido suspensa a iniciativa “Artistas no Palácio de Belém”, que deveria durar até ao fim do ano letivo.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve este sábado no Porto, onde visitou o Hospital de São João, antes de participar nas comemorações do centenário do Teatro Nacional de São João, onde também esteve o primeiro-ministro, António Costa.
Ao início da tarde de hoje, estava previsto, em agenda não oficial, que o Presidente da República participasse na procissão do Senhor dos Passos, em Lisboa, mas o chefe de Estado acabou por não comparecer.
Ao início da tarde de hoje, estava previsto, em agenda não oficial, que o Presidente da República participasse na procissão do Senhor dos Passos, em Lisboa, mas o chefe de Estado acabou por não comparecer.
A agenda oficial para segunda-feira previa uma visita do Presidente da República à Unidade Especial de Polícia (UEP) da Polícia de Segurança Pública, na Amadora, distrito de Lisboa.
No sábado, o Presidente da República tinha referido que decidiu reduzir “uma parte da agenda” a nível nacional por causa do surto de Covid-19, para evitar ajuntamentos de pessoas em recintos fechados, mas estimou manter as viagens previstas.
“Sim, sim, tenho feito alterações. Reduzi uma parte da agenda para não criar problemas em concentrações em recintos fechados”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
Quanto às viagens internacionais, entre as quais uma a Espanha no final do mês para participar no encontro da COTEC Europa, em Málaga, o chefe de Estado disse que estaria “dependente de outros Estados”, que tinham manifestado intenção de manter os programas previstos.
Em Portugal, estão confirmados 21 casos de infeção e o Governo anunciou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.
Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu que o risco da epidemia em Portugal poderá ser reavaliado nas próximas horas, e levar à adoção de novas medidas excecionais.
Na terça-feira, depois da iniciativa “Artistas em Belém”, o Presidente da República participou na cerimónia de entrega do Prémio BIAL Biomedicina 2019, também em Lisboa.
No dia seguinte, Marcelo Rebelo de Sousa esteve no Camões – Instituto da Cooperação e da Língua I.P, em Lisboa, numa iniciativa designada “Camões dá que falar” e esteve reunido, no Palácio de Belém, com os presidentes das câmaras municipais de Lisboa e Porto.
Na quinta-feira, o chefe de Estado visitou o Hospital Curry Cabral, em Lisboa, e visitou os doentes infetados na altura com Covid-19 que ali estavam internados, tendo falado "por intercomunicador" com três doentes infetados. No mesmo dia, participou na sessão de encerramento da conferência "Portugal? e agora?", promovida pelo jornal Público no âmbito dos seus 30 anos, também na capital.
Na sexta-feira, o Presidente da República não teve agenda aberta à comunicação social, mas no sábado esteve presente numa homenagem à economista Manuela Silva, que decorreu no Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa.
Nesse mesmo dia, Marcelo visitou os doentes infetados com Covid-19 que estava internados no Hospital de São João, no Porto, e à noite esteve presente na comemoração do centenário do Teatro Nacional São João, juntamente com o primeiro-ministro, António Costa.
O primeiro-ministro mantém a agenda
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.600 mortos entre mais de 105 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.
Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil recuperaram.
Depois de a China ter colocado 60 milhões de pessoas em quarentena para tentar travar a epidemia, a Itália anunciou uma medida idêntica no Norte do país, que pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas em cidades como Milão, Veneza ou Parma.
A Itália registou já 233 mortos em quase seis mil pessoas detetadas com o novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
Em Portugal, estão confirmados 21 casos de infeção e o Governo anunciou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.
Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.
No sábado, a ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu que o risco da epidemia em Portugal poderá ser reavaliado nas próximas horas, e levar à adoção de novas medidas excecionais.
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