Mais vacinados que infetados

Marta Pedreira Mixão
Marta Pedreira Mixão

Desde março de 2020, Portugal registou 803.844 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2. E, de acordo com balanço do processo de vacinação do Ministério da Saúde, já foram administradas em Portugal 837.887 vacinas contra a covid-19 – 574.062 referentes à primeira dose e 263.825 à segunda dose. Assim, pela primeira vez, a vacinação ultrapassa o número de infeções.

Os dados divulgados hoje, pela Direção-Geral da Saúde, indicaram também que o número de mortos este sábado foi o mais baixo desde 29 de outubro do ano passado, quando também morreram 33 pessoas.

Além disso, o Ministério da Saúde afirmou ainda que, dois meses após o início do processo de vacinação, o país encontra-se acima da média da União Europeia (UE) com 7,50 doses administradas por 100 habitantes (6,83 na UE). Até ao momento, Portugal recebeu 1.034.970 doses de vacinas, tendo sido entregues 27.300 doses para cada uma das regiões autónomas.

Mas quanto à vacinação, e perante os atrasos anunciados, impõe-se agora outra questão: a necessidade de aumentar a produção e distribuição de vacinas, assegurando o cumprimento dos objetivos do plano de vacinação.

É por isso mesmo que o Parlamento Europeu pretende criar uma União Europeia da Saúde. Uns apelam à abertura de patentes e à cooperação internacional, outros defendem o direito de propriedade e o aval da Agência Europeia do Medicamento (EMA). Porém, há algo com que todos concordam: a falta de transparência dos contratos entre UE e farmacêuticas, que podem não ter assegurado o preço das vacinas.

"Há um aspeto preocupante, que é o facto de os contratos que foram feitos com as farmacêuticas não serem públicos; quanto mais vamos destapando esses contratos, mais preocupados ficamos, nomeadamente quanto à falta da entrega de vacinas e quanto ao preço dessas vacinas - o da AstraZeneca está garantido até junho, depois disso a empresa pode atirar os preços para valores de mercado”, João Ferreira, eurodeputado do PCP, durante um webinar organizado pelo gabinete do Parlamento Europeu em Portugal, sobre a "Uma União Europeia da Saúde?”.

E as informações dos respetivos contratos só agora começam a ser reveladas aos poucos.

Ontem, o primeiro-ministro, António Costa, dizia que “vivemos numa fase perigosa" e de "ilusão" de que o pior já passou. E, apesar de estarmos "muito melhor do que estávamos há um mês", continuamos "pior do que estávamos no dia em que começámos o desconfinamento em maio".

Mas podemos, no entanto, estar no tal caminho, que referia Eduardo Cabrita, para “uma primavera de esperança”, depois dos “pesados dias de janeiro” e a vacinação, essa, "vai fazendo o seu caminho".

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