João Rendeiro, um prisioneiro de alto risco
Os serviços prisionais sul-africanos confirmaram hoje que não houve envolvimento de outras pessoas na morte de João Rendeiro, encontrado sem vida durante a noite de quinta-feira na prisão de Westville, em Durban.
“Ele estava numa cela única (...). Foi depois de trancado, portanto ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele”, explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.
Segundo o responsável do Departamento de Serviços Penitenciários, “a investigação está em curso e o relatório da autópsia será dado a conhecer à família”, adiantando não ter ainda informação de quando é que a autópsia será realizada.
Também este sábado, o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul revelou, numa entrevista a uma estação de televisão sul-africana, que o antigo presidente do BPP foi classificado como um prisioneiro de alto risco e estava a ser monitorizado.
A revelação de Singabakho Nxumalo foi feita durante uma entrevista ao canal Newzroom Afrika, na sexta-feira, e surgiu no contexto de uma pergunta sobre o tipo de pessoa que era João Rendeiro e qual o seu estado emocional.
“Infelizmente não posso falar muito sobre esses aspetos, exceto para dizer que ele foi classificado como alguém de alto risco, portanto significa que ele estava a ser monitorizado e que os guardas faziam questão de verificar o seu bem-estar”, afirmou o porta-voz.
Na entrevista à Newzroom Afrika, Singabakho Nxumalo remeteu mais detalhes sobre as circunstâncias para uma investigação “mais aprofundada”. “As autoridades do seu país [Portugal] e a família merecem saber quais foram as circunstâncias desta morte. Para isso lançámos uma investigação para esse efeito”, apontou.
O cônsul-honorário português identificou hoje o corpo de João Rendeiro na morgue de Pinetown. O corpo do ex-banqueiro chegou à morgue a meio do dia, na sexta-feira, e a autópsia só poderá acontecer a partir de segunda-feira, altura em que são retomados os trabalhos após o fim-de-semana, referiu fonte do serviços forenses sul-africanos.
Com um lacónico "confirmo" durante breves declarações ao jornalistas, Elias de Sousa e a esposa deixaram o local com um semblante agastado e sem prestar mais declarações.
O Ministério Público sul-africano confirmou hoje que vai manter a sessão preparatória de julgamento de João Rendeiro, agendada para dia 20, para apresentar o certificado de óbito do ex-banqueiro e encerrar as diligências do processo de extradição.
Por seu turno, também em declarações à Lusa, a advogada June Marks, que defendia João Rendeiro, adiantou que não vai estar presente na sessão, uma vez que já tinha entregado a notificação para deixar a representação do ex-banqueiro.
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