A China, a grande 'dor de cabeça' dos Estados Unidos

Gonçalo Lopes
Gonçalo Lopes

EUA e China e China e EUA. Semana após semana, os principais temas da atualidade têm estas duas potências como 'pano de fundo'. Se, por exemplo, ainda na última semana foi célebre a troca de acusações entre os dois países devido ao alegado balão espião chinês que estaria em território norte-americano, este domingo houve mais 'episódios' desta já longa novela.

O dia iniciou-se com um general norte-americano a revelar a sua preocupação para com as novas armas que países como a Rússia, mas sobretudo a China têm vindo a desenvolver.

“Vemos toda uma série de armas a serem produzidas pelos nossos adversários estratégicos”, disse o general, citado pela agência de notícias AFP, à margem de uma Conferência sobre Segurança em Munique, Alemanha, que juntou chefes da diplomacia norte-americana e chinesa.

O general Bradley Chance Saltzman foi ainda mais longe, revelando grandes preocupações em relação ao...espaço. Foi "fundamentalmente transformado" nos últimos anos numa "corrida armamentista exponencial", indicando a China como a "maior ameaça" a ser combatida nesta matéria. “Os nossos adversários estão a tirar partido do espaço para nos atingir e alargar o alcance das suas armas”, advertiu o general Saltzman.

Os países mostram-se cada vez mais reservados sobre as suas atividades militares no espaço, mas a corrida é tal que em 2019, ano em que o Pentágono lançou a sua Força Espacial, um alto funcionário dos EUA estimou que a Rússia e a China tinham o potencial de ultrapassar os EUA.

Uma ajuda à Rússia?

Poucas horas após estas declarações, novo 'arremesso' por parte dos Estados Unidos contra a China. Desta feita por intermédio de Anthony Blinken, que aponta o possível envio de armas por parte do governo de Xi Jinping para a Rússia, para ajudar na guerra na Ucrânia.

"A preocupação que temos agora é baseada na informação que temos de que estão a considerar fornecer apoio letal" a Moscovo para ser utilizado na invasão da Ucrânia, disse Blinken à estação televisiva CBS, especificando que tal ação envolveria "tudo, desde munição até às próprias armas".

Blinken, refira-se, fez comentários semelhantes numa série de entrevistas, no sábado, onde participou da Conferência de Segurança de Munique e se encontrou com seu homólogo chinês, Wang Yi, numa conversa que a diplomacia dos EUA descreveu como "franca e direta".

O secretário de Estado dos EUA alertou-o sobre as "implicações e consequências" para a China se for descoberto que esta está a fornecer "apoio material" à Rússia na Ucrânia ou ajudando-a a escapar das sanções ocidentais pela invasão, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, relatando a conversa bilateral.

Blinken, saliente-se, já tinha adiado uma deslocação a Pequim, na última semana, devido à polémica do balão espião, tendo na altura referido que tal ato foi "irresponsável que nunca mais deve acontecer”.

*Com agências

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