Um ano de Bucha e um presente explosivo em São Petersburgo

Inês F. Alves
Inês F. Alves

Bucha entrou no léxico mundial há um ano. Para sempre o nome desta localidade ucraniana ficará também associado ao massacre ali perpetrado durante a ocupação russa.

Ao fim de 36 dias, no final de março de 2022, Bucha foi libertada, e as imagens de pessoas abatidas no meio das ruas e das valas comuns tomaram de assalto o mundo que, à data, acompanhava a par e passo a incursão militar russa em território ucraniano.

Hoje, o presidente Volodimir Zelensky discursou durante uma cerimónia que marcou um ano do massacre, onde elogiou a resistência ucraniana. "Libertaremos todas as nossas terras. Colocaremos a bandeira ucraniana de volta em todas as nossas cidades e vilas", prometeu.

Bucha, um subúrbio ao norte de Kiev que tinha 37.000 habitantes antes da guerra, tornou-se um símbolo das atrocidades atribuídas às tropas invasoras. A Ucrânia estima o número de civis mortos no distrito durante a ocupação russa em "mais de 1.400", incluindo 37 crianças. Moscovo, todavia, nega qualquer envolvimento nas mortes de civis e afirma que foi uma "encenação" de Kiev.

No mesmo dia em que na Ucrânia se marcou o infeliz aniversário de Bucha, a Rússia levou a cabo um "ataque massivo" que vitimou seis pessoas em Konstantinovka, perto de Bakhmut. As autoridades ucranianas falam em "dezesseis prédios de apartamentos, oito residências particulares, um jardim de infância, um prédio administrativo, três carros e um gasoduto" destruídos.

É ali, em Bakhmut, que agora se centram todas as atenções, numa frente de batalha quase paralisada, com poucos avanços ou retrocessos, feitos à custa de pesadas perdas humanas para ambos os lados.

O dia ficou ainda marcado pela morte do blogger militar pró-russo Vladlen Tatarsky, numa explosão num café em São Petersburgo, que deixou outras 16 pessoas feridas.

Segundo os meios locais, uma mulher terá oferecido um presente a Tatarsky, no qual estava escondida uma bomba.

O influenciador digital, com mais de 500 mil seguidores no Telegram, era um conhecido defensor da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Pouco se sabe sobre os contornos da sua morte, que teve lugar num estabelecimento que alegadamente pertence a Yevgeny Prigozhin, um dos fundadores do grupo Wagner.

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