França continua nos olhos do mundo
Os conflitos que marcaram os últimos dias em França parecem não ter um fim e a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, anunciou hoje que o dispositivo de segurança de 45.000 polícias e guardas nacionais para enfrentar os tumultos desencadeados pela morte do jovem Nahel, de 17 anos, irá continuar nas ruas.
“A prioridade consiste em assegurar o regresso à ordem republicana, o que implica manter o dispositivo de segurança para a noite que se aproxima”, declarou após receber os grupos políticos que integram as duas câmaras do parlamento francês.
Em paralelo, a autoridade dos transportes da região de Paris divulgou uma primeira estimativa dos danos provocados pelos protestos urbanos ocorridos nas últimas noites, admitindo “pelo menos 20 milhões de euros de prejuízos”.
Neste balanço, é necessário incluir “os autocarros incendiados, um elétrico queimado, dois elétricos danificados e mobiliários urbanos destruídos”, precisou à agência noticiosa AFP a autoridade regional Ile-de-France Mobilités (IDFM), confirmando uma informação do diário Le Parisien.
No total, 39 autocarros foram incendiados desde o início dos tumultos. Cada veículo está avaliado em 350.000 euros.
A IDFM recorda ainda que na noite de hoje a circulação dos transportes volta a ser interrompida a partir das 21:00 (hora local), uma medida em vigor há vários dias.
No dia de hoje soube-se ainda que a família do polícia que disparou contra o jovem que morreu em França já arrecadou um milhão de euros em apoios.
Às 14:00 (hora local) desta segunda-feira, o fundo contava com cerca de 50.600 doações, reunindo um valor total de 1 milhão de euros. "Apoio à família do agente de Nanterre, Florian M., que está a pagar um preço alto por fazer o seu trabalho", diz o texto da petição, criado por Jean Messiha, ex-porta-voz do político de extrema-direita Éric Zemmour.
O agente, que matou Nahel na última terça-feira durante uma operação de trânsito, está em prisão preventiva acusado de homicídio doloso.
A criação e o sucesso desta angariação de fundos gerou indignação por parte da oposição de esquerda. A deputada Clémence Guetté denunciou na sua conta no Twitter tratar-se de um peditório “absolutamente indecente e horroroso”, e a eurodeputada de esquerda francesa Manon Aubry pediu ao site Gofundme que retire a petição do site.
No site Leetchi, outro fundo de apoio à família do agente angariou quase 60.000 euros, enquanto um fundo de apoio à família de Nahel arrecadou cerca de 200.000 euros.
Sublinha-se que em cinco noites consecutivas de tumultos, até domingo de manhã, foram registados, entre outros atos de violência, cerca de 5.000 veículos incendiados, quase 1.000 edifícios destruídos total ou parcialmente, 250 ataques a esquadras de polícia e a mais de 700 membros das forças de segurança.
*Com Lusa e AFP
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- A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, anunciou hoje que o dispositivo de segurança de 45.000 polícias e guardas nacionais para enfrentar os tumultos desencadeados pela morte do jovem Nahel será mantido durante esta noite.
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Família do polícia que disparou contra jovem que morreu na França já arrecadou um milhão de euros em apoios
Um fundo criado para apoiar a família do agente da polícia que disparou sobre Nahel, na França, já reuniu cerca de um milhão de euros. A oposição considera a petição um "absoluto horror".
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