“A prioridade consiste em assegurar o regresso à ordem republicana, o que implica manter o dispositivo de segurança para a noite que se aproxima”, declarou após receber os grupos políticos que integram as duas câmaras do parlamento francês.
Em paralelo, a autoridade dos transportes da região de Paris divulgou uma primeira estimativa dos danos provocados pelos protestos urbanos ocorridos nas últimas noites, admitindo “pelo menos 20 milhões de euros de prejuízos”.
Neste balanço, é necessário incluir “os autocarros incendiados, um elétrico queimado, dois elétricos danificados e mobiliários urbanos destruídos” precisou à agência noticiosa AFP a autoridade regional Ile-de-France Mobilités (IDFM), confirmando uma informação do diário Le Parisien.
No total, 39 autocarros foram incendiados desde o início dos tumultos. Cada veículo do género está avaliado em 350.000 euros.
A IDFM recordou que na noite de hoje a circulação dos transportes volta a ser interrompida a partir das 21:00 (hora local), uma medida em vigor há vários dias.
Vários locais para a realização dos eventos desportivos, especialmente na Ile-de-France, estão no centro de bairros sensíveis, que têm registado uma tensão crescente após a morte do jovem de Nahel, de 17 anos, baleado na terça-feira passada por um polícia numa operação de trânsito.
Em cinco noites consecutivas de tumultos, até domingo de manhã, foram registados, entre outros atos de violência, cerca de 5.000 veículos incendiados, quase 1.000 edifícios destruídos total ou parcialmente, 250 ataques a esquadras de polícia e a mais de 700 membros das forças de segurança.
Registado por um vídeo amador que contradiz a história inicial contada pela polícia, o tiro à queima-roupa que um agente disparou contra o jovem em Nanterre (nos arredores de Paris), em 27 de junho, chocou o país, desencadeando uma onda de violência, que repercutiu muito além das fronteiras francesas.
Nas últimas noites, os distúrbios desencadeados pelo incidente de Nanterre levaram à detenção de mais de 3.200 pessoas em toda a França, afirmou o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, durante uma visita à cidade de Reims.
O agente da polícia suspeito da morte do jovem está acusado de homicídio e em prisão preventiva.
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