Ao sétimo dia de campanha falam os antigos
O sétimo dia de campanha foi marcado pelas intervenções de antigos líderes partidários e o apoio declarado de grandes vozes à direita. Entre os momentos mais marcantes destacam-se as reações às palavras de Durão Barroso, um artigo de Cavaco Silva e a presença de António Costa num comício no Porto já ao cair da noite.
Num artigo publicado este sábado no jornal Correio da Manhã, o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva arriscou sair da bolha da reforma para apelar ao voto na Aliança Democrática (AD), defendendo que “só a AD pode garantir a estabilidade política” e que “o seu líder, Luís Montenegro, está muito mais próximo do que devem ser as qualidades e o comportamento de um primeiro-ministro”.
“O programa da AD foi preparado por uma equipa de excelente qualidade. Se aplicado com determinação e coragem, cria condições para o aumento sustentável do poder de compra, dos salários e das pensões, e para a resolução dos problemas sociais do país”, sustenta.
Pelo contrário, contrapõe, “o voto em partidos de protesto extremistas apenas contribui para a nomeação do líder do PS para primeiro-ministro, com todas as consequências negativas para o país e para as condições de vida dos cidadãos”.
Sobre o perfil de Pedro Nuno Santos, o ex-chefe de Estado considera que “não […] cumpre minimamente” com o que “devem ser as qualidades e o comportamento de um primeiro-ministro para que o Governo tenha sucesso”.
Na sexta-feira, também o antigo líder do PSD Durão Barroso se juntou à campanha da AD, num comício em Santa Maria da Feira, onde defendeu que o PSD e o CDS-PP não têm de pedir desculpa, mas sim ter orgulho no que fizeram no Governo “com sentido patriótico” no período da ‘troika’.
Ambas as posições foram entretanto criticadas pelo secretário-geral socialista, apontando o dedo a “quem tenta agora dar lições sobre como governar” e que no passado desistiu do interior, numa alusão a Cavaco Silva, salientando também que os socialistas não pertencem a “um tempo em que alguns rostos do passado, que aparecem agora em campanha, encerravam linhas de caminho de ferro”.
Recusou ainda estar a fazer um “jogo de equilibrismo” entre o passado e o futuro, e considerou que António Costa não é um rosto do passado, mas “do presente e do futuro”, no dia em que este viria a falar num comício do PS, no Porto.
O presidente do Chega, André Ventura, considerou que a presença de antigos líderes nas campanhas de PS e PSD constitui “um desfile de antiguidades” e salientou que o seu partido quer ser o futuro.
Quanto ao artigo de Cavaco Silva, Ventura respondeu: “Eu não sei a quem é que se referem com os partidos extremistas, mas se estão a referir-se ao Chega, o Chega está muito confortável por ser o partido do futuro”, salientou.
Já o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, encarou com normalidade a presença de António Costa numa ação de campanha do PS, considerando que “é uma voz do passado” e que Portugal precisa é de futuro.
O candidato liberal concordou ainda com o diagnóstico do país feito por Cavaco Silva, mas insistiu que a resolução passa por uma “solução liberal”.
Por parte da CDU, Paulo Raimundo comentou as declarações de Durão Barroso: “Está aqui um bom exemplo do orgulho que devem ter dos tempos da ‘troika’, desses que acham que os cadastros devem ser para outros, mas que deviam ter também um peso grande na consciência”.
Já a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, defendeu, ainda na sexta-feira, que o passado “regressa sempre à campanha” da AD, referindo-se à participação de Durão Barroso, que foi presidente da Comissão Europeia quando os portugueses enfrentaram o 'inferno da ‘troika'”.
Já este sábado, a líder bloquista considerou que “Cavaco Silva esteve sempre do lado do mau Governo, esteve sempre do lado das decisões erradas, das decisões que castigaram as pessoas”, realçando que “quem olha para o passado e se lembra dos tempos de governação da direita é disso que se lembra: de retrocesso, de perda de direitos”.
No mesmo sentido, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, reafirmou que o partido “não está disponível para dar a mão à AD”, criticando aquilo que tem sido “um revivalismo de valores que não fazem jus às necessidades da população a este tempo” e defendendo que, “claramente, aquilo que os portugueses não querem é o regresso ao passado de uma política que não servia para o desenvolvimento económico sustentável”.
Já o porta-voz do Livre, Rui Tavares, apontou a Luís Montenegro, considerando que a AD revela “uma grande dose de ingenuidade” quanto aos perigos da extrema-direita e pediu ao líder social-democrata que explicasse o que quer fazer quanto ao subsídio de desemprego, referindo-se a declarações que fez na quinta-feira, de que não aceita um “país em que muita gente que trabalha tem menos dinheiro do que muita gente que não trabalha”.
Também no dia de hoje, a AD contou com o apoio assumido do independente Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto que, dando rasgados elogios a Montenegro, admitiu que iria votar na coligação.
O autarca justificou a sua presença num almoço na Trofa com um convite do presidente do PSD e por considerar que “este é um momento de escolha”. “Não costumo participar em atividades partidárias porque sou independente, mas independência não é neutralidade, ser independente não é ser neutral”, disse.
O final da noite ficou marcado pelo discurso de António Costa, quase antigo primeiro-ministro e antigo secretário-geral do Partido Socialista. Com sala cheia no Pavilhão Rosa Mota, o homem que liderou Portugal durante os últimos oito anos lamentou ter o "jogo interrompido", mas garantiu que o PS irá ganhar as eleições.
Colocou ainda os "pontos nos is" relativamente ao PSD e afirmou que: “Com eles, a dívida esteve sempre a aumentar, apesar dos cortes das pensões, dos salários e da subida de impostos”.
“Connosco foi muito diferente. A dívida esteve sempre a descer desde 2016 a 2019. Mas para nós as finanças publicas sãs não são uma vaca sagrada, são a ferramenta para fazer o necessário quando é necessário. Quando a pandemia nos bateu à porta, não andámos a contar tostões. Gastámos o que foi necessário para salvar vidas. E sim, aí o défice e a dívida subiram, mas passada a pandemia fizemos o que quem governa bem deve fazer: pôr as contas em dia”, afirmou ainda.
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