Habemus relatório: para quando o aeroporto?
A Comissão Técnica Independente (CTI), responsável pelo relatório final sobre as opções de localização para o novo aeroporto de Lisboa, divulgou finalmente o relatório final mais aguardado dos últimos meses, considerando assim a solução única para o novo aeroporto, em Alcochete ou Vendas Novas, a mais “favorável em termos globais”.
Realçam, no entanto, a “vantagem financeira das soluções duais assentes na manutenção do Aeroporto Humberto Delgado (AHD)”, com a construção da nova infraestrutura quer em Alcochete, quer em Vendas Novas.
As recomendações da CTI apontam que Humberto Delgado + Santarém “pode ser uma solução”, depois desta opção ter sido descartada no relatório preliminar.
Nesta solução, a comissão refere Santarém como “aeroporto complementar ao AHD (Humberto Delgado), mas com um número de movimentos limitado, não permitindo satisfazer a capacidade aeroportuária necessária no longo prazo”.
A comissão tem “dúvidas em relação à sua rapidez de execução” e considera que “não será viável” a solução Santarém como infraestrutura única, “devido às limitações aeronáuticas militares existentes que não permitem que se venha a constituir como um aeroporto único alternativo ao AHD”.
Vendas Novas é apresentada com “menos vantagem em termos de proximidade” à Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como “de tempo de implementação”, referindo que são necessários “mais estudos, bem como mais expropriações”.
Para quando o aeroporto?
Sem governo nomeado e com uma minoria parlamentar obtida pela Aliança Democrática nas Eleições Legislativas deste fim de semana, a aprovação da construção de um novo aeroporto fica bastante mais difícil. Apesar disso, o ainda primeiro-ministro em funções, António Costa, afirmou hoje que qualquer decisão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa é boa, porque será tomada “com base na melhor informação técnica disponível”.
Sublinhou ainda que já houve “outras informações técnicas muito sólidas que fundamentaram decisões anteriores”, mas assinalou que esta tem a vantagem de ter sido feita por uma comissão que foi constituída de forma “completamente aleatória relativamente a quem tem de decidir”.
O chefe do executivo admitiu igualmente sentir “frustração” por não ter concluído grandes projetos que estão em curso, mas assinalou que o que é importante é que o país não se “frustre”.
Sublinhou também que o próximo Governo, quando entrar em funções, “está em condições de decidir a localização do aeroporto”.
Quanto vai custar o aeroporto?
Recorde-se que, de acordo com as contas já detalhadas pelo SAPO24, é fácil concluir que a opção que ficaria mais barata é Humberto Delgado + Montijo, num valor de 3,8 mil milhões de euros.
Como opções mais caras, destacam-se as localizações Alcochete e Vendas Novas, com cada uma a custar mais de 9 mil milhões de euros: Alcochete (9,9 mil milhões de euros) e Vendas Novas (9,7 mil milhões).
De seguida, surge a opção Santarém, que também tem um custo estimado acima de 9 mil milhões de euros (9,55 mil milhões), sendo a seguinte estabelecer um hub único no Montijo, que teria o custo de 8 mil milhões de euros.
No caso de uma opção dual, a mais cara seria Humberto Delgado + Alcochete, por 8,2 mil milhões de euros, seguida de Humberto Delgado + Vendas Novas, por 8,1 mil milhões, e Humberto Delgado + Santarém, por um valor semelhante.
Recorde-se que a publicação do relatório final sobre as opções de localização para o novo aeroporto de Lisboa estava prevista para 22 de março, mas a CTI divulgou hoje, em comunicado, que decidiu antecipar a publicação “por motivos de transparência”, estando disponível em www.aeroparticipa.pt.