Os lucros e o futuro da JMJ Lisboa 2023. Sim, ainda não acabou

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Agosto de 2023 já parece distante, mas a verdade é que a Jornada Mundial da Juventude ainda dá que falar.

Esta sexta-feira, a Fundação JMJ Lisboa 2023 apresentou as contas finais do evento. E isto é o que se sabe, em traços gerais:

  • A JMJ teve um resultado positivo global de mais de 35 milhões de euros. Destes, 31 milhões dizem respeito apenas ao ano de 2023;
  • Este valor será aplicado no desenvolvimento de projetos de apoio a jovens, especialmente nos concelhos de Lisboa e Loures;
  • O bom resultado deveu-se, segundo D. Américo Aguiar, ao número de inscritos na JMJ, que na reta final ultrapassou as expectativas, mais de 400 mil, bem como ao apoio do Estado, das empresas e particulares, incluindo o voluntariado, e também a “uma gestão austera”;
  • Os donativos ascenderam a 11 milhões e euros, entre particulares e empresas, sendo que várias empresas doaram serviços e produtos, mas não dinheiro;
  • No que diz respeito aos gastos, estão em causa 43,360 milhões de euros. A maior fatia diz respeito ao fornecimentos e serviços externos.

Ao mesmo tempo, foi conhecido o relatório sobre o impacto económico do evento, a cargo do ISEG:

  • O aumento a curto prazo do nível de emprego pode ter chegado a mais de 10 mil postos de trabalho, especialmente no terceiro trimestre e especialmente em Lisboa;
  • A JMJ contribuiu para a travagem, em agosto, do processo de redução da taxa de inflação em curso no ano passado;
  • Houve um aumento do rendimento líquido da ordem dos 216 milhões de euros, concentrado em 2023 e na região de Lisboa;
  • O aumento das infraestruturas e equipamentos disponíveis foi avaliado em cerca de 48 milhões de euros de formação bruta de capital fixo;
  • Há ainda um efeito positivo a longo prazo, que não se consegue avaliar mas que será significativo, relacionado com a reputação e com as intenções de procura futura do país, nomeadamente para turismo.

Agora, a Fundação JMJ Lisboa 2023 tem em mãos um valor para fazer render, nomeadamente no que diz respeito a projetos para "promoção da infância e da juventude". "O dinheiro é dos jovens", garantiu o cónego Alexandre Palma, que sucede agora a D. Américo Aguiar na presidência.

"Vamos fazer à maneira relativamente semelhante do que se passa com as fundações. Este capital de proveitos vai ser usado para ser posto a render e a fundação vai redistribuir os proveitos deste rendimento. A fundação passa a funcionar efetivamente como uma fundação", especifica.

O plano da fundação ainda não está desenhado e só acontecerá quando o novo presidente tomar posse. Quanto às áreas a privilegiar, "há ainda aqui uma latitude grande", mas atuará "na área pastoral e na área da promoção da educação".

Sem ainda ser conhecido o destino exato dos 35 milhões, é caso para dizer que a JMJ ainda não acabou para os jovens de Lisboa e Loures que vão beneficiar com projetos futuros.

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