Não se sabe ao certo quantos reféns estão vivos, mas manifestantes israelitas pedem acordo

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Mais de oito meses e meio depois do ataque do Hamas, a 7 de outubro passado, 116 reféns israelitas permanecem em cativeiro e, deles, os serviços de inteligência dos EUA estimam que apenas cerca de 50 estão ainda vivos, conforme revelou há poucos dias o The Wall Street Journal.

Um único acordo de trégua alcançado em novembro passado previa a libertação de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinianos.

Em 8 de junho, as forças israelitas, depois de terem recuperado sete corpos sem vida em Gaza nas últimas semanas, libertaram quatro reféns vivos numa operação de resgate que causou a morte de cerca de 270 habitantes de Gaza.

Olhando para todo este cenário, dezenas de milhares de israelitas protestaram hoje em várias cidades do país contra o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a quem pediram a demissão e um acordo para a libertação dos reféns da Faixa de Gaza.

O que dizem os manifestantes?

As manifestações de hoje, em cidades como Telavive, Haifa, Cesareia e Jerusalém seguem-se a uma semana de protestos, com altercações violentas, cidadãos feridos e utilização de canhões de água pelas autoridades para dispersar os manifestantes.

Na rebatizada Praça da Democracia em Telavive, também palco dos protestos massivos contra a reforma judicial, os manifestantes ouviram familiares dos reféns, em frente ao Ministério da Defesa.

Yifat Calderón, primo do refém Ofer Calderón, de 53 anos, questionou-se como é possível que o Governo israelita considere plausível declarar a derrota militar do Hamas nas próximas semanas, se os reféns permanecerem cativos.

“Como é que podem reivindicar a vitória quando os reféns ainda estão em seu poder (do Hamas)?”, questionou Calderón, segundo os órgãos de comunicação social locais, citados pela agência noticiosa espanhola Efe.

Dani Elgarat, irmão do refém Itzik Elgarat, acusou Netanyahu de colocar em primeiro lugar a sua sobrevivência política e benefício pessoal antes das vidas dos 116 reféns capturados pelo movimento terrorista Hamas.

"Vocês escolhem sacrificar as vidas dos nossos entes queridos pela vossa sobrevivência política. Em breve, vocês vão conhecer-nos a todos, porque nos tornaremos famílias de reféns de luto", disse Elgarat, segundo o jornal Haaretz, referindo-se à recente reunião que o primeiro-ministro manteve com algumas famílias.

No norte do país, perto da segunda residência de Netanyahu, em Cesareia, centenas de manifestantes acusaram também o primeiro-ministro de ser o culpado pela falta de proteção sofrida pelos cidadãos perto de Gaza e de os ter abandonado posteriormente e exigiram eleições antecipadas.

Alguns manifestantes carregavam balões com o número 20 e cartazes com o rosto do soldado Naama Levy, feito refém num posto de observação perto de Gaza, que ainda está em cativeiro e completa hoje 20 anos.

Como está a situação em Gaza?

Estas são as últimas notícias que chegam do território palestiniano:

  • Pelo menos 52 pessoas foram mortas hoje em dois bombardeamentos, atribuídos a Israel, contra um campo de refugiados na cidade de Gaza e arredores. De acordo com o gabinete de imprensa do governo de Gaza, os bombardeamentos tiveram lugar no bairro de al-Tufa, no campo de refugiados de al-Shati, onde um quarteirão inteiro foi completamente destruído, e no bairro de al-Zaitun.
  • O último balanço dos palestinianos mortos pela ofensiva do exército israelita, publicado antes destes ataques, mostra que pelo menos 101 palestinianos foram mortos e 169 feridos pelos bombardeamentos israelitas nas últimas 24 horas, o número mais elevado num só dia desde o ataque aéreo israelita em Nuseirat, durante uma operação de libertação de reféns, que matou cerca de 280 pessoas.
  • Na sexta-feira, um tiroteio de "alto calibre" perto da sede do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) provocou "um afluxo maciço de vítimas ao hospital de campanha” deste organismo, que "recebeu 22 mortos e 45 feridos".
  • O diretor do hospital de Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, Hosam Abu Safiya, anunciou hoje que o número de crianças mortas no hospital devido a subnutrição tinha aumentado para quatro numa semana. O médico explicou ainda que, nas últimas duas semanas, o hospital diagnosticou mais de 250 crianças com sintomas de subnutrição, alertando que a Faixa de Gaza "enfrenta uma verdadeira crise sanitária que afeta inicialmente as crianças e pode alastrar aos adultos".

*Com Lusa

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