Alemanha junta-se à lista de países a virar à direita

Beatriz Cavaca
Beatriz Cavaca

O final da tarde de domingo trazia as primeiras sondagens à das urnas na Alemanha que mostravam que os conservadores alemães estão em primeiro lugar, seguidos pela extrema-direita da AfD.

A oposição conservadora na Alemanha (CDU) saiu mais forte nas eleições parlamentares de domingo, mostraram as primeiras sondagens à boca das urnas, dando uma vitória a Friedrich Merz na sua tentativa de suceder o social-democrata Olaf Scholz como o próximo líder da maior economia da Europa, avança a agência internacional Reuters.

A CDU de Merz ficou em primeiro lugar com 28,5% dos votos, seguido pela Alternativa para a Alemanha (AfD) com 20%, um recorde para o partido de extrema-direita, refere a emissora pública ZDF.

O SPD de centro-esquerda de Scholz obteve 16,5% dos votos, seu pior resultado de sempre, mostrou a projeção.

A corrida para formar rapidamente coligação

Friedrich Merz, congratulou-se com a vitória de hoje dos conservadores nas eleições legislativas alemãs e disse pretender formar rapidamente uma coligação governamental.

“Os democratas-cristãos vão honrar a sua responsabilidade de formar um governo depois de ganharem as eleições alemãs. O mundo lá fora não está à espera da Alemanha e não está à espera de longas conversações de coligação em negociações”, declarou Merz nas primeiras palavras dirigidas aos seus apoiantes na sede do partido, em Berlim.

“Precisamos de voltar a funcionar rapidamente, para podermos fazer o que temos a fazer a nível interno e recuperar a nossa presença na Europa, para que o mundo possa ver que a Alemanha está novamente a ser governada de forma fiável”, complementou.

Cerca de meia-hora depois da divulgação das projeções assim que as urnas fecharam, às 18h00 locais (17h00 de Lisboa), Merz, acompanhado de vários dirigentes da CDU, subiu ao palco instalado na sede do partido, repleta de apoiantes, que celebraram de forma pouco efusiva o triunfo ‘magro’ – que exigirá uma coligação -, mas acolheram naturalmente o futuro chanceler com uma grande ovação.

Agradecendo aos apoiantes por encherem o edifício Konrad-Adenauer-Haus, Merz disse que “hoje é uma noite para celebrar, mas amanhã [segunda-feira] é para começar a trabalhar”.

A despedida de Scholz

Olaf Scholz felicitou a CDU e a União Social-Cristã da Baviera (CSU) pelos seus resultados nas eleições legislativas.

O chanceler cessante, cujo partido sofreu uma derrota histórica nas eleições de hoje, assumiu responsabilidade pela "derrota amarga” nas legislativas, mas não comentou sobre o seu futuro político.

“O resultado das eleições é mau e, por isso, assumo a responsabilidade”, admitiu o chefe de governo cessante perante os militantes do SPD.

Cerca de 59,2 milhões de alemães foram hoje chamados a eleger os 630 deputados do Bundestag (câmara baixa do parlamento), numas eleições que foram antecipadas em cerca de sete meses devido ao colapso, em novembro passado, da coligação liderada por Scholz, por falta de acordo em relação à reforma do chamado ‘travão da dívida’ para fazer face à recessão económica que a Alemanha enfrenta há dois anos.

*Com Lusa

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