“A abordagem da UE à questão da segurança no 5G é muito racional porque estão a ser equacionadas medidas com base numa avaliação de riscos e em factos e não se está a restringir o acesso de uma companhia específica ao mercado”, considerou, em declarações à agência Lusa em Bruxelas, o vice-presidente da Huawei para a área dos assuntos de política global, Detlef Eckert.

Questionado pela Lusa se a companhia se sente preocupada com a possibilidade dada pela Comissão Europeia aos Estados-membros de poderem eliminar dos seus mercados empresas por razões de segurança, aquando da implementação do 5G, Detlef Eckert vincou que a Huawei está “confiante de que as estratégias racionais serão bem-sucedidas”.

O responsável falava à Lusa no centro de cibersegurança da companhia em Bruxelas, no final da apresentação de um documento com propostas da empresa para a Europa enfrentar os seus desafios tecnológicos, incluindo o 5G.

“Nesta atual discussão, que inclui também Portugal, têm sempre havido vozes negativas e, na verdade, esses desafios até nos tornam melhores”, afirmou Detlef Eckert, aludindo às acusações de espionagem nas redes 5G que a administração norte-americana tem feito à empresa chinesa.

Os Estados Unidos também já tentaram que outros países da UE, como Portugal, banissem produtos da Huawei dos seus mercados.

“O 5G é mais potente do que o 4G [geração móvel anterior], mas também tem mais implicações para a indústria, daí a necessidade de aumentar a segurança, algo que apoiamos totalmente”, salientou o responsável da Huawei.

No documento hoje divulgado, a tecnológica chinesa aponta que, para assegurar a segurança com o 5G, “seria sensato adotar medidas como ações voluntárias ou sistemas de certificação para segurança”.

Uma medida que, para a empresa, “ajudaria a aumentar a consciencialização, a construir confiança e, consequentemente, a desencadear investimentos”, segundo o documento.

Para criar este sistema urge, de acordo com Detlef Eckert, “haver critérios claros para serem aplicados a todos os fornecedores”.

Ainda falando sobre a atuação de Bruxelas no desenvolvimento do 5G, o responsável da Huawei disse à Lusa faltar uma “coordenação a nível europeu na alocação do espetro”, para que este processo seja uniformizado em toda a UE e não apenas decidido por cada Estado-membro, mas considerou que os países estão num “bom caminho” para implementação da tecnologia.

Assumida como uma prioridade desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em março deste ano, a fazer recomendações de atuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados.

Bruxelas pediu, ainda, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até ao mês passado, seguindo-se agora uma avaliação geral em toda a UE para, até final do ano, se encontrarem medidas comuns de mitigação das ameaças.

A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.

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