“Só tem futuro quem no presente honra o seu passado”. A frase é de José Ribau Esteves ainda no rescaldo da notícia de que a cidade de Aveiro foi distinguida com o projeto “Aveiro Steamcity” pelo programa “Urban Innovative Actions”, da Comissão Europeia. Não é apenas mais um selo, ou dito de outra forma, é um selo que vale um investimento de 6,1 milhões de euros ao longo de três anos.

O financiamento, proveniente de um fundo de 92 milhões de euros da União Europeia relativo ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, pretende financiar “soluções inovadoras para desafios urbanos como a qualidade do ar, as alterações climáticas, a habitação, o emprego e as competências na economia local”.

“É o levar de Aveiro para uma das principais redes europeias de cidades inovadoras. Somos a única portuguesa em 55 de toda a Europa”, conta Ribau Esteves. A notícia, essa, veio em boa hora, em coincidência com a terceira edição do TechDays, o evento que faz da cidade capital da tecnologia e inovação durante três dias.

Para o autarca “um dos contributos que [este projeto] vai dar é levarmos os projetos piloto na fase de aplicação no território para os olhos das pessoas e para a vida de todos os dias. E, esperar que alguns deles, pelo seu sucesso, se venham a massificar nomeadamente na área da mobilidade, na área da energia e na área do ambiente”.

Nos dois pavilhões que compõem a feira há novidades que não escapam à vista. É quase impossível não reparar no autocarro elétrico e autónomo que entre os dois salões circula sozinho. Mas há um projeto pelo qual Ribau Esteves mostra um entusiasmo especial.

“Colocámos um projeto que é muito simbólico que tem a ver com esse honrar a tradição que é a introdução do modo elétricos nos nossos moliceiros”, anuncia-nos Ribau Esteves. “Aveiro é a cidade dos canais, é a Veneza de Portugal para alguma gente” diz o autarca, afirmando, no entanto, que está é uma antiga comparação, já “demodê”, porque agora “é a Veneza que se tornou na Aveiro de Itália”.

“Este futuro em que nós estamos empenhados, de que o TechDays quer ser um contributo, um incentivo, uma montra tem um passado de gente que é empreendedora há muitas décadas. De gente que foi desenvolvendo tecnologias de que hoje nós nos rimos porque se perderam no tempo, mas que foram fundamentais e altamente inovadoras no seu tempo, e portanto este aliar respeitoso, do nosso passado, da nossa boa tradição mais próxima, do nascimento da nossa universidade que já tem 45 anos, mas que ainda só tem 45 anos até às apostas de empresas que aqui nasceram e que hoje operam no mundo inteiro. E esse é o caminho que nós queremos percorrer”.

O 5G na base de tudo (ou de quase tudo)

Na base de tudo - das ambições aos protótipos mais ambiciosos - está o projeto que é o grande tema desde a edição de 2017 do TechDays: o 5G, o projeto de uma cidade 5G. A meta é ambiciosa e não se alcança sozinha. A Altice Labs é o principal parceiro da Câmara de Aveiro na concretização deste objetivo.

A banca da Altice no primeiro pavilhão do TechDays espelha isso mesmo. Não há como fugir, confessa Alexandre Fonseca, CEO da empresa ao SAPO24. “O 5G é uma das temáticas que nós temos aqui no nosso stand, de facto é talvez aquela que seja mais apelativa por todo o ruído positivo que se tem criado ao redor do 5G”.

Este ano a grande novidade são as soluções realistas de aplicação do 5G, em mais um passo que aproxima esta tecnologia das pessoas. “Soluções que já estão em clientes, em câmaras municipais do nosso país, na gestão de recursos hídricos, por exemplo em campos de golfe. E toda a componente de inteligência artificial”, explica Alexandre Fonseca.

Este é um novo pedaço de história que se escreve entre duas entidades que têm um passado que conta a vida dos últimos anos da cidade, sobretudo quando falamos de tecnologia e inovação. É por isso que Alexandre Fonseca diz sentir-se aqui em casa, após 60 anos de história que “mostram efetivamente que a cidade de Aveiro e a região de Aveiro estão intimamente ligadas ao desenvolvimento da inovação daquilo que é hoje a Altice Labs. Sentimo-nos em casa. É importante dizê-lo que é daqui de Aveiro que levamos inovação para todo o mundo”. Mais precisamente para 35 países, 250 milhões de pessoas e quatro continentes, como tinha explicado o próprio na cerimónia de abertura do evento.

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