A iniciativa vai permitir que o Brasil localize detritos espaciais e faça uma base de dados sobre a localização e órbita dos diferentes objetos, assim como sobre os riscos de colisão dos mesmos com satélites artificiais e com a Terra.

Os responsáveis do projeto estão a terminar a montagem do telescópio no Observatório do Pico dos Dias, entidade com sede em Brazópolis, município do estado de Minas Gerais (sudeste do Brasil), e que depende do Laboratório Nacional de Astrofísica, informou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no seu portal da internet.

“A previsão é que podemos realizar uma primeira observação em finais de fevereiro. Toda a mecânica e ótica do telescópio está listada e agora vamos iniciar os trabalhos de montagem da parte eletrónica de controlo e de dados”, afirmou o diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica, Bruno Castilho, citado na publicação do ministério.

O Observatório do Pico dos Dias, a 1.864 metros de altitude e que conta com outros quatro telescópios para a investigação em astronomia, foi elogiado pela Agência Espacial Russa (Roscosmos) entre outros do hemisfério sul devido a que, pela sua posição geográfica, captará imagens complementares às observadas desde a Rússia.

O projeto é uma associação entre o Laboratório de Astrofísica e a Roscosmos, que contribuiu com 2,9 milhões de euros, entre os quais se inclui o custo do telescópio, que começou a ser montado no Brasil em novembro passado.

A instalação do telescópio incluirá o Brasil entre os membros do projeto Panoramic Electro-Opical System for Space Debris Detection (PanEOS), que se propõe a criar de uma rede de observatórios na Rússia e países vizinhos para a vigilância dos detritos espaciais.

As imagens do telescópio vão ser transmitidas pela internet nas bases da Roscosmos, na Rússia, e estarão à disposição de investigadores brasileiros.