A notícia foi avançada pela própria empresa, a Neuralink, no Twitter, esta quinta-feira. A aprovação terá sido dada pela FDA (Food and Drug Administration) que passou agora a permitir que os testes da empresa sejam feitos em seres humanos.

Sublinha-se que esta empresa que pertence ao dono do Twitter e da Tesla, Elon Musk, pretende fabricar um chip que iria ajudar pessoas a ultrapassar condições como a obesidade, a depressão, a esquizofrenia, além de permitir navegar na internet com o cérebro e aplicar terapias médicas.

No Twitter a empresa sublinha que esta aprovação da FDA "é o resultado de um trabalho incrível da equipa Neuralink em estreita colaboração com o FDA e representa um primeiro passo importante que um dia permitirá que a nossa tecnologia ajude muitas pessoas". Sublinham ainda que o recrutamento ainda não está aberto para o novo ensaio clínico mas irá ser anunciado em breve.

Recorde-se que esta já não é a primeira vez que o multimilionário Elon Musk anuncia o uso início de testes em humanos. De acordo com o canal britânico SkyNews o magnata já o tinha feito pelo menos quatro vezes em 2019, apesar do pedido de aprovação feito à FDA apenas ter sido elaborado no ano passado.

Na altura em que foi feito o pedido a agência americana recusou-o, declarando como principais preocupações a bateria de lítio do implante, a possibilidade dos fios migrarem dentro do cérebro e o dispositivo não poder ser removido com segurança sem danificar o tecido cerebral, preocupações que já não existem neste momento.

A Neuralink foi fundada em 2016 e desde então tem sido alvo de várias polémicas à semelhança de outras empresas do mesmo dono.

Em dezembro do ano passado, foi investigada por supostas violações do bem-estar animal, denúncias entretanto negadas pela empresa. Um total de 1.500 animais morreram em quatro anos, de acordo com um relatório, levando a reclamações internas de que os testes em animais estavam a ser apressados ​​e a causar sofrimento e mortes desnecessários.

Estas suspeitas aconteceram depois de Musk aumentar a pressão para acelerar o desenvolvimento deste equipamento o que levou a experiências malsucedidas que precisaram de ser repetidas.

Os casos partilhados foram vários, mas talvez o mais famoso tenha sido o de 25 porcos que foram supostamente implantados com dispositivos de tamanho errado com uma fonte a confessar à agência Reuters que este erro poderia ter sido evitado com melhor planeamento.