O projeto, liderado por Winfried Hensinger, da universidade britânica de Sussex, foi divulgado hoje na publicação especializada Science Advances e inclui os planos para a construção da enorme máquina, que precisaria de ocupar um edifício inteiro.
Segundo a universidade, este computador poderia "resolver problemas que levariam milhares de milhões de anos a um computador normal".
O computador quântico consistirá, segundo a Universidade de Sussex, em sofisticados aparelhos de vácuo com "microchips" (processadores) quânticos de silicone, com átomos carregados com campos elétricos.
Enquanto os dados num computador tradicional são codificados em "bits", unidades de informação que apenas têm dois estados - 0 e 1 -, num computador quântico são usadas unidades chamadas "qubits", que podem ter mais do que um estado diferente em simultâneo, espelhando a teoria da física quântica que postula que um átomo pode estar em mais do que um sítio ao mesmo tempo.
Esta característica facilita e acelera operações mais complexas e, segundo a instituição, um computador como o que agora se projeta iria "revolucionar a indústria, a ciência e o comércio a uma escala semelhante ao que os computadores normais" fizeram quando foram inventados.
No trabalho que hoje se publica os cientistas descrevem a criação de uma nova maneira de ligar vários módulos de computação, optando por campos elétricos que levam os átomos de um módulo para outro a uma velocidade 100.000 vezes superior à das ligações em fibra ótica usadas atualmente.
O próximo passo será construir um protótipo funcional baseado no projeto, cuja publicação serve para apelar à colaboração de cientistas de todo o mundo.
Hensinger afirmou que a existência de um computador quântico universal "pode ter um impacto fundamental na sociedade como um todo".
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