As quatro maiores operadoras de telecomunicações do Reino Unido fizeram um comunicado conjunto a pedir às pessoas que parem de queimar torres telefónicas.

O pedido surge depois de várias torres terem sido danificadas na semana passada, escreve a The Verge, por causa de um rumor a correr nas redes sociais de que o 5G propaga o novo coronavírus.

Não há qualquer teoria científica que confirme este rumor, mas o facto é que os britânicos começaram a pegar fogo a torres de telecomunicações por causa disso.

"Não apenas estes rumores são falsos, como prejudicam as pessoas e os negócios que dependem da manutenção dos nossos serviços", pode ler-se no comunicado conjunto da EE, o2, Three e Vodafone.

Estes rumores "não apenas levaram a que fosse perpetrados abusos contra os nossos engenheiros, como, em alguns casos, impediram que trabalhos essenciais de manutenção fossem conduzidos", acrescenta a nota.

Ao The Verge a Vodafone confirmou que quatro das suas torres foram danificadas num espaço de 24 horas. A EE adiantou que uma torre danificada em Birmingham nem sequer providencia serviços de 5G, mas isso não evitou que fosse alvo da fúria daqueles que acreditaram na informação falsa.

Damian Collins, membro do Parlamento britânico e fundador do blog de factchecking Infotagion, referiu que o WhatsApp estava a ser utilizado para espalhar este rumor.

Hoje, o WhatsApp anunciou que vai limitar ainda mais o reencaminhamento de mensagens para travar a propagação de notícias falsas na rede social.

De acordo com a nova política adotada, o utilizador só pode reenviar certas mensagens — nomeadamente aquelas identificadas como "muito reencaminhadas", ou seja, que já passaram por cinco ou mais conversas — para uma "conversa" de cada vez. A ideia é impedir que as mensagens sejam rapidamente reencaminhadas para uma série de conversas ao mesmo tempo.

As redes de telecomunicações são consideradas no Reino Unido como infraestruturas críticas e estes ataques têm lugar numa altura sensível para o país, quando lida com uma pandemia que já infetou quase 56 mil pessoas e provocou mais de 6 mil mortes.

O apelo das empresas de telecomunicações é simples: "Por favor ajudem-nos a parar isto. Se forem testemunhas de maus tratos a trabalhadores por favor denunciem-no. Se estiverem perante desinformação, por favor falem contra isso. A sua ajuda faz a diferença".