O diretor-geral da ESA, Jan Woerner, precisou, numa conferência de imprensa, que se avariaram seis relógios ‘maser’ passivos de hidrogénio e outros três ‘standard’ de frequência atómica de rubídio, cujos erros estão a ser investigados.
Cada satélite está equipado com dois relógios ‘maser’ de hidrogénio passivos – um que serve de referência principal para gerar sinais de navegação e outro que é utilizado como reserva – e com outros dois de frequência atómica de rubídio, que servem de apoio aos primeiros em caso de falhas, para que exista sempre um operacional.
“É um tema sensível”, admitiu Woerner, que destacou a importância desses relógios para o bom funcionamento do sistema, adiantando que não saber ainda se será possível recupera-los.
O diretor-geral da ESA salientou que, apesar de a operacionalidade do sistema Galileo não ter sido posta em causa, “se estas falhas começam a ser sistemáticas é preciso ter cuidado”.
A ESA, disse o responsável, está a estudar se cancela a colocação em órbita de novos satélites até ter uma explicação para o problema ou se mantém os lançamentos, o que supõe a colocação nos satélites de um maior número de relógios tanto ativos como de reserva.
A ESA explica na sua página da internet que “conceptualmente” os utilizadores do Galileo determinam a sua posição mediante a medição do tempo que demoram a chegar a eles as ondas de rádio transmitidas pelos satélites, pelo que a precisão dessa medição é importante.
Woerner admitiu que não se sabem as causas da falha mas insistiu que o sistema de substitutos permitiu que todos os satélites estejam em funcionamento.
Atualmente com 18 satélites, todos já em órbita, o Galileo deverá contar até 2020 com uma “constelação” de 30 satélites, estando previsto o lançamento dos restantes 12 ao longo dos próximos anos, e só então o sistema de navegação europeu – pensado em 2001 para pôr fim à dependência do sistema norte-americano GPS (de origem militar) — deverá atingir a sua plena capacidade operacional.
Além do Galileo e do GPS, a navegação global por satélite conta também com o sistema russo Glonass e com o chinês Beidou.
Comentários