A medida de coação de prisão preventiva foi aplicada após interrogatório por um juiz de instrução criminal.
Entidades desportivas, associação de árbitros, museus, institutos e organismos do Estado e empresas privadas, incluindo a Altice, foram alguns dos alvos do 'hacker' detido pela Polícia Judiciária na quarta-feira.
O diretor da Unidade de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), Carlos Cabreiro, referiu na altura à Lusa que a investigação daquela unidade da PJ permitiu identificar e deter o jovem de 19 anos e um outro arguido (23 anos), sendo que o primeiro tem antecedentes criminais pelo mesmo género de crimes.
O responsável da PJ revelou que o jovem de 19 anos foi identificado há anos por pertencer ao grupo de ‘hackers’ Anonymous, mas não foi preso porque à data tinha 16 anos, ficando antes sujeito a medida de proteção de menores.
Na ocasião, Carlos Cabreiro referiu que as quatro buscas domiciliárias realizadas na operação da PJ se verificaram na zona da Grande Lisboa, incluindo na Ericeira (Mafra, Sintra).
Durante as buscas, indicou, foi possível apreender diverso material informático utilizado na prática reiterada dos crimes de acesso ilegítimo, falsidade, dano e sabotagem informática, visando entidades públicas e privadas.
O diretor da UNC3T da PJ notou a propósito da detenção ocorrida que ainda recentemente tinham sido reivindicados por ‘hackers’ ataques a vários organismos públicos numa operação designada 25 de Abril.
Questionado sobre a forma como estes jovens 'hacker' conseguem penetrar no sistema informático de tantas entidades e empresas, Carlos Cabreiro aproveitou para dizer que, "de facto, tais entidades públicas e privadas têm que se preocupar mais e procurar melhorar o seu sistema de segurança" informático.
Também hoje, em comunicado relativo a este caso de cibercriminalidade, a Polícia Judiciária (PJ) apelou para que as entidades públicas e privadas cumpram as diretrizes e regras técnicas de segurança constantes da Resolução de Conselho de Ministros 41/2018 de 28 de março.
No comunicado, a PJ indicou também que os ataques informáticos em escala, conhecidos por “Defacing” e “DDoS”, dirigidos a entidades públicas e privadas, foram-se agravando nos últimos dois meses, tendo origem “num grupo criminoso de cidadãos portugueses”.
“Além de comprometerem a integridade e a disponibilidade dos dados e da informação das entidades visadas, estes crimes informáticos afetam a paz social e a segurança no domínio do ciberespaço”, vincou a PJ, notando que, após as participações de várias entidades e perante a reincidência dos dois suspeitos, foram executadas as buscas domiciliárias para apreensão do material informático.
A operação esteve a cargo da UNC3T da PJ, em inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DECIAP).
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