Os projetos, a desenvolver até 2021, são financiados em cerca de 300 mil euros, cada um, por fundos públicos no âmbito do concurso lançado em 2018 pela Fundação para a Ciência e Tecnologia para investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ciência dos dados e inteligência artificial na administração pública.
Um dos projetos, o "Data2Help", pretende "utilizar algoritmos" de ciência dos dados para "melhorar a prestação" do serviço do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), disse o coordenador da equipa científica, Vasco Manquinho, professor do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico (IST).
Com base na análise do histórico de dados das emergências médicas e em modelos preditivos, a equipa propõe-se construir um protótipo de uma ferramenta informática que permita ao INEM prever picos de emergência médica (num determinado período e local) e reorganizar os seus meios para responder "melhor e mais rápido a esses picos", adiantou o docente.
Vasco Manquinho deu como exemplo de uma das aplicações do projeto a distribuição do número de ambulâncias de acordo com as emergências médicas que possam ocorrer num determinado período ou local.
Para a análise e o tratamento dos dados serão tidas em conta variáveis que influenciam o número de situações de emergência médica, como as epidemias, a população e as condições meteorológicas.
Além do IST, participam neste projeto o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID) e o INEM.
Um outro projeto, o "iLU", no qual está também envolvido o INESC-ID, visa melhorar a mobilidade em Lisboa a partir da análise de dados da circulação automóvel e de transportes públicos.
A ideia é "descobrir padrões de circulação na cidade, antecipar problemas e fazer recomendações", sintetizou o coordenador do projeto, Rui Henriques, investigador no INESC-ID.
As recomendações serão dirigidas à Câmara de Lisboa para que possa melhorar a "gestão e a operacionalização" da mobilidade de pessoas e viaturas na cidade, mas também aos cidadãos que vivem, trabalham e visitam a capital através de uma aplicação de telemóvel a ser criada.
Segundo Rui Henriques, não só a autarquia poderá melhorar o planeamento da circulação na cidade em caso de obras, acidentes ou grandes eventos, por exemplo, mas também as pessoas, ao acederem a esta aplicação, poderão escolher a alternativa mais acertada para se deslocarem na cidade.
No "iLU", que poderá ser adaptado a outras cidades, participam, além do INESC-ID, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a Câmara de Lisboa.
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