![Noxus levanta 1,5 milhões de dólares para poupar centenas de horas de trabalho a qualquer empresa](/assets/img/blank.png)
Desde que a IA generativa começou a fazer parte do vocabulário do mundo empresarial, que a sua integração nas operações de diferentes empresas se tornaram uma grande oportunidade de negócio. As consultoras tecnológicas foram as primeiras a tirar proveito da mesma, mas João Pedro Almeida, Jorge Pessoa, Gonçalo Ferreira e Miguel Ribeiro começaram a pensar que podiam ter algo a dizer neste setor enquanto participavam no programa de aceleração da Antler.
A maior parte das plataformas existentes criavam workflows que só pessoas com um background muito técnico conseguiam interagir, o que não permitia à maior parte das empresas ter não só uma ideia mais concreta do retorno no seu investimento, como a tirar total proveito dessas tecnologias em termos de produtividade.
Foi assim que nasceu a Noxus e o seu “AI-Co-Worker”. A startup luso-britânica permite às empresas reduzir o défice de produtividade através da Inteligência Artificial (IA) e angariou recentemente 1,5 milhões de dólares em financiamento pre-seed, numa ronda liderada pela SFC Capital.
Com o sistema operativo de IA da Noxus, as empresas podem, de forma simples e segura, construir a sua própria força laboral de IA, criando equipas de “colaboradores de IA”, que trabalham em conjunto e sob supervisão humana, para lidar com tarefas repetitivas e fluxos de trabalho complexos. Em apenas seis meses após o lançamento, a Noxus conseguiu garantir contratos empresariais de seis dígitos nos setores da saúde, das finanças e retalho. Destes contratos, um prestador de cuidados de saúde líder em Portugal consegue poupar 700 horas por mês, automatizando parte das suas funções de análise de reclamações de clientes.
No caso do The Next Big Idea, por exemplo, a Noxus podia permitir que criássemos um workflow no qual a partir de um video no nosso canal de YouTube conseguiríamos gerar automaticamente um artigo para o nosso site, uma imagem de capa para o mesmo e ainda uma sugestão de post com uma citação para as redes sociais.
A Noxus é a primeira plataforma escalável e de nível empresarial que permite às organizações implementar rapidamente IA e capacitar os colaboradores sem ter de construir uma infraestrutura de raiz. Ao disponibilizar um conjunto integrado de ferramentas de IA (full-stack), fornece às empresas um ecossistema que lhes permite acompanhar a rápida evolução desta tecnologia e tirar proveito dos principais modelos de inteligência artificial. Em vez de criar os seus próprios modelos, a startup focou-se em desenvolver uma infraestrutura que consegue tirar proveito dos melhores modelos para cada caso de estudo e orçamento disponível por parte de um determinado cliente (processo no qual a empresa oferece sempre uma recomendação).
“Embora líderes do setor, como a Klarna, tenham adotado “colaboradores de IA” para impulsionar a eficiência, a produtividade e até aumentar a remuneração dos seus colaboradores, a grande maioria das empresas europeias — especialmente as 99% que não se consideram tecnológicas — continua a ter dificuldades e a revelar-se demasiado lenta na adoção de IA. Até mesmo a nível governamental, constatamos inúmeras ineficiências em diversas áreas de serviço público. Talvez seja altura de considerar a implementação de “colaboradores de IA” para automatizar certos processos do Estado”, afirma João Pedro Almeida, CEO da Noxus.
A startup está presente atualmente em Portugal, Holanda e Polónia e tem sentido que é em Portugal onde existe uma menor autonomia de empresas, em muitos casos devido a cadeias de decisão ainda muito dependentes dos CEOs.
Mais produtividade, sem mais horas
Ao permitir que os “colaboradores de IA” assumam as tarefas manuais mais repetitivas — desde a resolução de litígios e o processamento de reclamações, até à triagem de CVs, entre outras — a Noxus liberta as equipas para se focarem no que realmente importa. Assim, possibilita que equipas da mesma dimensão possam poupar centenas de horas mensalmente e escalem a sua produtividade significativamente.
Na Europa, os trabalhadores desperdiçam quase dois dias por semana em tarefas que poderiam ser automatizadas, o que representa um custo anual a rondar os 300 mil milhões de Euros. Apesar do potencial da IA para encurtar este défice, as maiores empresas europeias têm dificuldade em acompanhar o ritmo da tecnologia, devido à dimensão dos seus processos, à falta de competências internas, a receios relacionados com segurança e compliance e à incerteza sobre como iniciar uma transformação desta dimensão. Em consequência, as organizações europeias estão a perder tempo, dinheiro e competitividade, especialmente quando comparadas com os EUA, onde a adoção da IA e os ganhos de produtividade se encontram em forte aceleração.
Com a ronda de 1,5 milhões, a Noxus tem o objetivo de continuar a investir na sua plataforma com a contratação de mais pessoas e de crescer para mercados como os EUA, o Reino Unido e França, atingindo o 1 milhão de euros em faturação.
Recentemente, foi também selecionada para o Programa de Crescimento da Google no Reino Unido, onde vai procurar reforçar o seu potencial como líder em inovação na área da IA.
Comentários