A rede social preferida da Geração Z tem agora uma faceta mais business. O TikTok quer aproximar-se… do LinkedIn. Já sabíamos que a plataforma era pródiga em receitas culinárias e na descoberta de life hacks. Mas facilitar o processo de recrutamento das empresas é, de facto, uma novidade.

O projeto ainda está em fase de testes, mas, neste artigo, a Axios deixa algumas pistas sobre o modus operandi da rede social enquanto espaço que poderá não servir só para fazer um scroll infinito.

O que sabemos até agora?

  • Ainda em fase beta, a funcionalidade está a ser testada com um grupo de empresas. Várias marcas de renome, e até ligas desportivas, foram abordadas no sentido de fazerem parte desta fase de experimentação.
  • Este serviço não vai estar integrado dentro da própria rede social, mas será acessível via TikTok, onde as marcas poderão publicar as vagas disponíveis e as condições de acesso às mesmas.
  • Os utilizadores podem publicar um vídeo no TikTok para se apresentarem, em vez de entregarem de um currículo tradicional. Assim, na candidatura, podem optar por um pitch de um minuto mais original e divertido, e deixar de lado a folha de papel com uma lista de experiências.
  • O TikTok vai pedir aos utilizadores que se estejam a candidatar aos mais diversos trabalhos que publiquem o vídeo de apresentação no seu perfil, de modo a que o novo serviço possa ser divulgado.

Não é de estranhar… Em março, já era possível ler no Washington Post um artigo sobre o TikTok como um espaço de partilha sobre o mundo do trabalho. Em causa, estava a tendência crescente da Geração Z de partilhar experiências laborais e conselhos relacionados com a carreira e a realização pessoal.

Um algoritmo mágico

O TikTok continua a ser um espaço onde diariamente são publicados milhares de vídeos que servem para muitos se afirmarem no mercado, sejam criadores de conteúdo, artistas que encontram um "palco" de fácil acesso ou donos de pequenos negócios que fazem do ecrã dos smartphones "montra" para exporem os seus produtos.

É uma rede social, pela forma que foi desenvolvida, que aumenta a probabilidade de um conteúdo se tornar viral. Isto acontece porque o algoritmo do TikTok (considerado pelo MIT uma das tecnologias que vai mudar 2021) se serve da ferramenta "For You" como página principal, onde os utilizadores vêem vídeos que correspondem aos seus gostos, mesmo que não tenham muitas visualizações.

O facto de os vídeos terem, no máximo, 1 minuto também facilita esta partilha mais amiga dos criadores de conteúdo, pois uma hora de navegação na plataforma significa, no mínimo, 60 vídeos. A visualização de mais conteúdos leva ao conhecimento de mais criadores e à deteção por parte do algoritmo dos interesses do utilizador. Deste modo, o TikTok torna-se um espaço onde é muito fácil encontrar aquilo que se procura.

No futuro

Se o mesmo algoritmo for utilizado pela plataforma para conectar potenciais candidatos a empresas, poderá levar a que pessoas que, à partida, poderiam passar despercebidas com o seu currículo e carta de motivação, possam ter as oportunidades que não teriam de outra forma. Caso isso aconteça, são boas notícias.