Com a iniciativa "The Ocean Cleanup" (a limpeza do oceano), Boyan Slat quer lutar contra a "sopa plástica", uma mistura de garrafas e outros detritos plásticos que flutuam no oceano.
A maioria destes resíduos está acumulada em cinco blocos de lixo gigantes - o maior de todos está situado no Pacífico, entre a Califórnia e o Havai. A sopa de plástico é criada quando o lixo fica preso em cinco grandes correntes oceânicas rotativas. Esses detritos vão-se juntando em enormes blocos, que se convertem quase em "continentes" de plástico.
Enquanto a maioria dos projetos que tentam coletar material plástico utiliza barcos que rastreiam os oceanos, Slat pretende aproveitar a potência das correntes marítimas para limpar as águas. "Por que temos de ir até aos resíduos, se os resíduos podem vir até nós?", questionou o jovem numa conferência de imprensa no porto de Scheveningen, nos arredores da cidade holandesa de Haia.
A ideia nasceu quando Boyan Slat ainda era estudante do ensino secundário e esboçou o projeto num guardanapo de papel. O jovem pretende usar uma barreira de 100 quilómetros de comprimento em forma de V composta por grandes bóias de borracha, que flutuam na superfície do oceano e que estão ligadas a redes submersas de até três metros de profundidade.
O objetivo é capturar os pedaços de plástico que se movem com as correntes e juntá-los em recipientes com capacidade para até 3.000 metros cúbicos de resíduos - o suficiente para encher uma piscina olímpica -, que podem ser reciclados.
O protótipo, que tem 100 metros de comprimento e custou 1,5 milhões de euros, foi financiado por crowdfunding e doações, inclusive do governo holandês. Foi levado para o mar do Norte esta quinta-feira para uma série de testes que vão ser realizados durante um ano a 23 quilómetros da costa holandesa.
Boyan Slat, o mais jovem vencedor do Prémio Campeões da Terra, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), abandonou os estudos em Engenharia Espacial para se dedicar totalmente a este projeto.
Comentários