A denúncia surgiu do chefe do Departamento de Informática da Universidade de Breslávia (Wroclaw em polaco), Jerzy Marcinkowski, que alertou o reitor e o Conselho da instituição de ensino sobre a “baixa qualidade” do documento, avançou hoje o jornal Gazeta Wyborcza.

“Pelo menos metade do documento é constituído por textos copiados literalmente e adicionados inadvertidamente, retirados dos ‘sites’ da própria Universidade de Breslávia e de outras universidades”, afirmou Marcinkowski.

A Universidade de Breslávia e a Universidade de Medicina, da mesma cidade, avaliam há algum tempo a possibilidade de fusão e, para estudar a viabilidade da operação, encomendaram um relatório pelo qual receberam quase um milhão de euros do Ministério de Educação polaco.

Outros centros universitários candidataram-se ao concurso para a elaboração do documento, mas as suas ofertas ultrapassavam o orçamento das duas universidades ou ultrapassavam os 60 dias estipulados.

A Universidade de Kielce (centro) ofereceu-se para fazer a tarefa em menos tempo e por cerca de 220 mil euros pelo que conseguiu o projeto, apesar de estar em 80.º lugar entre todas as universidades do país.

O resultado chamou a atenção de Marcinkowski, que descreveu o texto como “uma alucinação, um monte de lixo sem sentido tipicamente produzido por geradores de texto”.

Para confirmar as suas suspeitas, o chefe do Departamento de Informática filtrou o texto com um algoritmo de inteligência artificial, que deteta conteúdos gerados por outros sistemas de inteligência artificial, e o seu veredicto foi que o relatório teve “muito provavelmente” um autor não humano.

A Universidade de Breslávia enviou o documento em questão a uma equipa de advogados para determinar se este está em conformidade com os requisitos do concurso.