Será a primeira vez que a NASA, agência espacial dos Estados Unidos, consegue trazer para a Terra amostras de um asteroide. A Agência de Exploração Aerospacial do Japão conseguiu recuperar restos de asteroides em 2020, mas foi uma quantidade mínima.
Esta missão da NASA, batizada como “Osiris-Rex”, espera ter recolhido 250 gramas do asteroide Bennu, embora só se saiba com certeza o que contém quando a cápsula for aberta no dia 26 de setembro, explicaram em conferência de imprensa cientistas da agência espacial norte-americana, citados pela agência de notícias EFE.
Os peritos creem que o asteroide Bennu contém moléculas que remontam à formação do sistema solar, há 4.500 milhões de anos e que pode dar algumas respostas a questões que intrigam a humanidade há séculos, como a origem da vida e do próprio sistema solar.
A NASA escolheu precisamente o Bennu por ser relativamente rico em moléculas orgânicas e poder ajudar a responder a uma das grandes incógnitas da ciência: Como conseguiu a Terra ter uma abundância de moléculas orgânicas e água líquida, dois ingredientes chave para a vida?
Além da composição do Bennu, o outro motivo pelo qual os cientistas o escolheram é porque tem uma órbita bastante conhecida, o que facilitou a aproximação da nave “Osiris-Rex” para recolher amostras.
Descoberto em 1999, acredita-se que o Bennu se formou a partir de fragmentos de um asteroide muito maior após uma colisão. Tem aproximadamente a altura do Empire State Building e a sua superfície negra e rugosa está repleta de rochas grandes.
Além disse, existe uma remota hipótese de o Bennu colidir com a Terra dentro de 159 anos e, apesar de essa possibilidade ser de apenas 0,057%, esta missão da NASA também serve para ver como mudar a trajetória do asteroide se for necessário, disse à EFE o argentino Lucas Paganini, cientista da NASA.
A viagem começou em 2016, quando a nave “Osiris-Rex” partiu do centro da NASA em Cabo Canaveral, Flórida. Chegou a Bennu em 2018 e depois de voar ao redor do asteroide durante dois anos, em busca do melhor local para a recolha amostras, a nave aproximou-se da superfície para extrair poeira e pedaços de rochas.
Se tudo correr como previsto, a cápsula vai aterrar às 08:55 locais (15:55 em Lisboa) no deserto de Utah, será depois transportada de helicóptero para uma base militar e só na segunda-feira será levada de avião para Houston, onde se situa o Centro Espacial Johnson da NASA e ali as amostras serão analisadas pelos cientistas.
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