"A intenção da empresa é fechar a transação por 54,20 dólares por ação", anunciou o Twitter, em reação a uma proposta do CEO da Tesla, enviada horas antes à empresa e à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).

Twitter e Musk tinham acordado anteriormente o negócio de compra da empresa por este preço, mas o bilionário voltaria atrás na transação, argumentando que tinha encontrado uma violação material de várias disposições do acordo, incluindo o número de contas falsas contabilizadas pela empresa.

Nas últimas semanas, Musk também criticou o Twitter por ter compensado o ex-chefe de segurança, Peiter Zatko, sem o seu consentimento, noticiou a agência France-Presse (AFP).

Zatko, por sua vez, denunciou que a rede social escondeu informações relevantes dos reguladores sobre as suas deficiências na defesa cibernética e o número de contas falsas.

Em reação à tentativa de Elon Musk de romper o acordo, o Twitter processou o bilionário, para tentar forçá-lo a cumprir o compromisso, num processo judicial que tem início de julgamento marcado para meados de outubro.

O SEC publicou hoje um documento enviado por Musk, onde refere que o magnata "pretende proceder ao encerramento da operação contemplada no acordo de incorporação em 25 de abril de 2022, nos termos e nas condições nele estabelecidas”.

Além disso, segundo o documento, Musk também condiciona a finalização do negócio ao encerramento do processo judicial aberto pelo Twitter, bem como a suspensão de todos os procedimentos em andamento relacionados com esta questão.

Após as notícias, as ações do Twitter dispararam na bolsa de Nova Iorque, ao ponto da atividade comercial da empresa ter sido temporariamente suspensa.

No encerramento da bolsa nova-iorquina, os títulos da rede social subiram 22,28% e terminaram nos 50,02 dólares por ação, ainda quatro dólares abaixo do preço oferecido por Musk.

No entanto, o documento entregue por Musk não oferece uma data específica para a consumação do acordo, que já conta com a aprovação dos acionistas do Twitter.

Mesmo perante a novela mediática, a batalha judicial e a turbulência económica, os acionistas da empresa responderam afirmativamente à compra por Elon Musk, em 13 de setembro.

Curiosamente, nem Musk, nem o CEO do Twitter, Parag Agrawal, fizeram publicações na rede social sobre este acordo.

Muitos dos ‘tweets’ de Musk nas últimas 24 horas foram sobre uma proposta divisória para acabar com a invasão da Ucrânia pela Rússia, comentário que gerou descontentamento, inclusive no Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Caso o acordo seja aprovado, Musk pode ficar preso a uma empresa que prejudicou com repetidas declarações em que denunciou contas falsas, lembrou Susannah Streeter, analista sénior de mercados da Hargreaves Lansdown no Reino Unido, num comunicado dirigido aos investidores.

(notícia atualizada às 22h40)

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