O presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes (CDU), destacou à agência Lusa que o programa comemorativo dos 45 anos do 25 de Abril – uma parte do qual já foi concretizado - tem como objetivo “reavivar a memória e trazer aos mais jovens um pouco da história recente” do país e do concelho, salientou o autarca

Na quarta-feira, a Festa da Liberdade, que vai decorrer no Parque de Feiras e Exposições da “vila morena”, a partir das 20:15, arranca com animação de rua, a cargo da Fanfarra da ‘Música Velha’, seguindo-se a tradicional Corrida da Liberdade, que este ano conta com mais de 300 participantes.

O percurso inclui principais artérias da localidade.

À noite, as atenções estão “centradas na música” e no concerto “40 anos numa noite”, que celebra quatro décadas de existência da banda rock UHF, liderada por António Manuel Ribeiro.

Neste concerto, o grupo, que atua a partir das 22:30, vai revisitar os seus maiores sucessos, como “Cavalos de Corrida” ou “Rua do Carmo”, e tocar temas do seu mais recente álbum, “A Herança do Andarilho”, inspirado na obra de José Afonso, “músico e poeta que ligou, para sempre, o nome de Grândola aos ideais da liberdade”, adiantou o município.

O palco da Festa da Liberdade, a seguir à meia-noite, já no dia 25, “ganha uma nova dimensão” e recebe o músico Stereossauro, “apaixonado pela reinvenção da música portuguesa” e que vai interpretar a música de Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Amália Rodrigues ou Carlos Paredes.

Segundo a organização, em Grândola, o músico português vai apresentar o novo álbum, “Bairro da Ponte”, um disco que “se move no território do hip-hop, do fado e da música eletrónica”, decorrendo ainda, às 00:20, um espetáculo de fogo-de-artifício e música.

O Dia da Liberdade, na quinta-feira, é assinalado com a cerimónia de hastear da bandeira, com a sessão solene comemorativa dos 45 anos do 25 de Abril e uma festa popular com grupos do concelho, na praça D. Jorge.

“Terminamos as comemorações com uma atividade cultural e popular no centro da vila, com as responsabilidades acrescidas não só pelo papel que tivemos na luta contra o fascismo, mas também naquilo que o poeta [José Afonso] nos deixou de herança com a senha de 'Grândola, Vila Morena' que deu lugar à revolução”, destacou o autarca.

No âmbito das comemorações, o município promoveu um colóquio sobre os 50 anos da crise académica de Coimbra, tem patente uma exposição sobre a vida e obra de Alves Redol e apresentou o documentário “Se Fores Preso, Camarada…”, realizado por Tiago Pereira e produzido pela associação a Música Portuguesa A Gostar Dela Própria, a partir de entrevistas de ex-presos políticos de Grândola.