O júri da secção oficial destacou a reflexão que o filme mostra sobre alguns factos relacionados com a crise económica vivida em muitos países europeus.
A longa-metragem narra as vicissitudes de um grupo de trabalhadores que continua a ir para a sua empresa depois dos proprietários a terem abandonado.
O realizador, presente na leitura do palmarés, foi muito aplaudido na sala e agradeceu o prémio, que receberá na gala de encerramento do festival hoje à noite.
“A fábrica de nada" estreou-se em maio no Festival de Cannes, onde venceu o prémio da crítica, a que se seguiu o prémio CineVision, em junho, em Munique, para melhor novo filme.
Foi igualmente distinguido nos festivais Duhok, no Iraque, e Miskolc, na Hungria, e selecionado para os festivais de Londres, Toronto e Jerusalém.
O prémio do Festival de Cinema Europeu de Sevilha para o melhor realizador foi para o francês Mathieu Amairic por “Barbara”, enquanto o grande prémio do júri foi para “Western”, da alemã Valeska Grisebach.
Zama, de Lucrecia Martel, uma co-produção luso-argentina, recebeu uma menção especial do júri e Thierry de Peretti recebeu o prémio de melhor argumento com “A Violent life”.
Selene Caramazza, por “Corazón Puro”, e Pio Amato, por “A Ciambra”, ganharam os galardões de melhor atriz e ator, respetivamente.
Sete produções ou coproduções portuguesas estiveram em competição neste festival, que tem por objetivo promover o cinema de produção europeia.
Foram ainda homenageados António Reis e Margarida Cordeiro, "duas lendas do cinema português", com a retrospetiva "Lejos de las Leyes", que decorreu ao longo de todo o certame, e encerra hoje com a projeção de "Mudar de Vida", de Paulo Rocha (filme escrito em parceria com António Reis).
Fora de competição é também exibido hoje "O Ornitólogo", de João Pedro Rodrigues, distinguido com o prémio de melhore realização em Locarno, em 2016.
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